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Dias atrás meu filho e um amigo conversavam sobre um negócio inusitado da troca de uma bicicleta por uma Marajó. Amante de carros clássicos que sou, sempre ergo as antenas quando o assunto envolve um carro velho, seja ele qual for. Em suma: o tal amigo do meu filho anunciou uma bicicleta à venda e o cidadão ofereceu uma Marajó na troca – pau a pau. Qual o milagre? É bem verdade que bicicletas estão custando o olho da cara, mas ali o problema era a falta de documentação da Marajó. No melhor estilo “andar até perder”. Mais empolgado que o dono da bicicleta, me meti na conversa e disse que se ele fizesse o brique eu comprava a Marajó dele, no estado em que se encontrava.

Quando o rapaz, então, se sentiu na segurança de cogitar aceitar do negócio e assim demonstrou ao proponente, recebeu como resposta que já se havia negociado a iguaria da Chevrolet. Uma pena. Mas é aquela velha máxima: negócio de ocasião não dá para deixar passar e muito menos esperar para decidir depois.

Digo isso, pois, surgiu ainda na semana passada uma história de renovação com o lateral Renê, este que em determinado momento irritado com as críticas – justas – que vinha recebendo, bradou contra a torcida. Logo o Renê, de carreira não mais que mediana e que aqui para além de não ganhar nada ainda contribuiu ativamente em mais de uma eliminação ou derrota significativa, querer bater de frente com a sempre fiel e apaixonada torcida Colorada. De início, achei que era falta de assunto dos atuais “setoristas” do Clube, até que ontem o diretor executivo de futebol André Mazuco confirmou que há, sim, negociação com o lateral no intuito de renovação de contrato.

Pelo visto, não aprenderam nada com as patacoadas envolvendo Uendel e Rodrigo Lindoso; apenas para ficar em dois exemplos dentre outros tantos. A liberação do Renê com o término iminente do seu contrato é daqueles negócios de ocasião que não se deixa passar e muito menos se espera para decidir depois.

Dentro de campo alguns acham que o time não apresentou lá o mesmo desempenho dos jogos anteriores, mesmo o do jogo que empatou com o primo rico. Quero acreditar que foi um futebol pragmático do Internacional, a julgar o adversário adaptado ao jogo que hoje se clássica por “uma bola” e que a esta altura do campeonato busca a soma de pontos para se escapar da degola. Não demonstramos, de fato, nem mesmo perto do que podemos, mas com gol de falta também se ganha jogo – e que golaço do nosso camisa 10; como também, com jogada individual do ponta esquerda jogando pela direita e arriscando o velho e bom drible quase morto no futebol atual, igualmente se faz gol e se garante o resultado da vitória.

E que golaço do nosso camisa 21. Aliás, não dá para se criticar o desempenho quando vencemos com dois gols que foram duas pinturas.

Nunca gostei de acampamento, mas depois de ver uns vídeos de um conhecido que anda filmando das suas aventuras, já tinha pensado naquela Marajó pelas estradas de chão batido do interior, carregada com barraca e outras tralhas. Até mesmo o meu amigo Carlão, o despachante Colorado, eu já tinha acionado para regularizar a jóia incompreendida da General Motors. Todavia, não foi desta vez o negócio de ocasião.

Vencer o próximo adversário, na sexta-feira de Gigante da Beira Rio, a julgar os acontecimentos recentes e quem está no comando técnico do time de lá, contudo, é bem mais que negócio de ocasião. É de obrigação.

Aliás, ouso dizer que quando o Sport Club Internacional parar de tratar o campeonato brasileiro como negócio de ocasião após a eliminação precoce nas copas, haveremos de, então, ganhar novamente. O tetra brasileiro não é de ocasião, e sim, de necessidade.

De Marajó se vai ao longe. E se o Inter quiser o tetra, também.

 

CURTAS         

– Professor Roger, de fato, foi meio conservador nas substituições na última partida. Venceu igual e isso é somente o que importa no momento;

– Rogel não é um primor de técnica e nem tem talento para ser titular indiscutível. Porém, é daqueles jogadores charruas que não afina e se precisar coloca a cara na chuteira adversária para ajudar seu time. No meu time eu quero este tipo de jogador;

– Próximo jogo é a partida ideal para o velho Wanderson entrar em campo novamente;

– Fernando é um jogador que faz muita falta e precisamos achar a sua versão mais nova para 2025. Gostei do guri Luiz Otávio, a propósito;

– Como é bom ver uma falta bem batida. Lembrei de tantos bons cobradores que já tivemos por aqui. Que a sorte de Alan Patrick não pare num gol só;

– Vitão, justiça seja feita, está sobrando na defesa do Colorado;

– Dizia o Mestre Cabral que não dá para ter jogador ruim que este sempre acaba entrando em campo. É a máxima para não perder o negócio de ocasião de se “livrar” do lateral esquerdo reserva;

– Depois do que o Clube Criciúma fez por nós pós enchente, a vitória por dois gols já ficou bem além da conta;

– Na sexta-feira é noite para o Gigante da Beira Rio rugir. É jogo para vencer de qualquer jeito. E melhor ainda, vencer bem para colocar todo mundo no seu verdadeiro lugar.

 

PERGUNTINHA

Será tão difícil achar um bom lateral esquerdo no mercado?

 

Pouco importa estatística. Vencer é só o que importa!

PACHECO

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