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Ali pelos idos dos anos 2000 eu passei a já não mais enxergar tão bem como dantes, ao passo que minha Senhora me proibiu de dirigir à noite, ainda que com óculos. E quem conhece minha Senhora sabe que ordens são ordens. Só que havia uma festa com fandango em honra a São Luiz Gonzaga e as festas de São Luiz não se convém perder. Ao passo que começou a minha saga para achar dum jeito para irmos até o icônico Salão da Várzea e não deixar o santo chateado, principalmente, com minha ausência.

Eis que surge uma Topic na história, que tinha disponível, ainda, incríveis dois lugares: o meu e o da minha prenda. Que aventura! Começa que quem já andou de Topic e sobreviveu ao cheiro de combustível que exalava cabine adentro, que levante a mão. Aquilo já tinha tido os seus dias de glória (poucos, é verdade) e qualquer viagem além de 30km (precisávamos fazer 48) era quase que uma epopeia. Para encurtar o causo, em determinado aclive acentuado eu cheguei a esperar o motora pedir para descermos e subirmos a pé ou empurrando aquela carroça oriental…

Chegando no baile que já até havia começado e eu fiz daquilo que por algum tempo efetuava de melhor: dancei enquanto minhas pernas aguentaram. Vez ou outra afigurava um xote sem a mesma destreza do meu amigo Gentil, mas me superava nos chamamés e nas milongas. Foi uma noitada e tanto. Na volta outra epopeia. Chegamos em casa já era dia.

E eu já meio esgualepado.

A grande questão é que em festa de santo o importante para os religiosos tipo a minha Senhora é a missa no domingo de manhã; e já havíamos chego praticamente de manhã em casa. Enfim, após um brevíssimo turismo na cama, lá fui eu de volta pra Festa. Desta vez dirigindo, afinal, tinha sol. Por detalhe não cochilei abraçado no Vigário. Para “ajudar”, ao meio dia, um churrasco de fundamento com maionese e não tem maionese melhor que de festa de igreja. Ou seja: as 3 da tarde quando começou a matiné (ou domingueira ou reunião dançante – como queiram) eu já estava esgualepado por completo.

Dancei, reconheço, mas com as pernas travadas e as cadeiras judiadas. Até mostrei alguma desenvoltura quando tocava alguma música mais lenta e compassada, mas nas vaneiras e vaneirões eu ia arrastado pelos tantos casais dançando que nos empurravam pelo salão; chamamé eu nem arrisquei.

Pois assim, ontem, foi o time do Internacional em campo: esgualepado. Depois de um domingo triunfante, jogando com a corda esticada e correndo tudo que se podia para ganhar o clássico (ainda mais da forma que foi), era de se esperar pouco do Colorado em campo mesmo. Ademais, assoleado por uma viagem de quase 9 horas entre avião e ônibus – afora o calor do nordeste, jogamos para o gasto e nada mais. Alguns atletas, principalmente os mais veteranos, claramente se preservando ou muito abaixo mesmo do que podem e já demonstram que sabem render.

Foram até lá para jogar com o regulamento embaixo do braço e neste aspecto lograram bastante êxito. O problema é que, para sestrosos como eu, o histórico do time em Copa do Brasil traz apreensão tamanha, que em determinadas circunstâncias da partida eu já não sabia se era mais sorte ou mais juízo. Ou mesmo a falta deste último e a abundância da primeira.

Passamos, ufa! Esgualepados, mais passamos.

Aliás, saudade do tempo que eu vivia egualepado somente da farra.

E vamos em frente Colorado que a farra mesmo está só começando.

 

CURTAS                                                                              

– Já disse, todavia, que não é de ontem que o time parece entrar sonolento em campo. Assunto para Coudet tratar (e muito) com a turma;

– Mas também, desta vez, dou certo desconto;

– Bola parada melhorou, tanto que foi daí que surgiram os nossos dois gols. Pero no mucho;

– Estamos em março e o Internacional não conseguiu superar ainda ninguém por mais de 2 gols de diferença no placar; e olha que pegamos alguma baba de adversário;

– Não é de hoje que o time cria bastante, porém converte em alegria muito pouco;

– Eu não ia mais falar de Renê, mas preciso pois ele claramente está sentindo o peso da responsabilidade. Ontem errou, também, e muito;

– Do frisson pelo lateral adversário: estava com o bilhete da loteria. Mas, já apostamos em coisa bem pior, reconheço;

– Anthoni tem um bom cartaz na base, mas não está pronto. Comete os mesmos erros dos seus antecessores o que mostra é que o problema está na preparação. Saída de gol, então… Deus nos acuda (!);

– Num dia 29 de fevereiro quase que atípico, parece-me que está efetivamente encerrada nossa pré temporada. Agora é que são elas!

 

PERGUNTINHA

Já rezaram por São Luiz, hoje, Povo Colorado?

 

Esgualepado ou não, tem que se acostumar a vencer sempre. Chacho tem razão!

PACHECO

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