COMO É BOM SER COLORADO

Das tantas glórias que já vivi com o Internacional, a que tem rememorado com mais frequência é aquela de 16 de agosto de 2006. Choveu ao longo da tarde e eu “preso” na repartição. Naquela época tinha um escritório na Borges, proximidades da Secretaria de Obras. Avistava passando caravanas entoando cânticos que nem se ouve mais no Beira Rio: “Eu te amo, Internacional… Encanta o mar vermelho Colorado, joga bonito, dá show de bola…”. E eu ali, esperando o tempo passar para poder seguir ao Gigante, mesmo com chuva, afinal, dúvida não pairava que o Inter ganharia o continente pela vez primeira.
E ganhou!
Tanto por isso, no último domingo, eu que não estava presente em uma final de Campeonato Gaúcho desde a tarde triste do episódio de 1998, precisava rumar ao Beira Rio. Eu sabia que o Inter estava preparado para ser campeão.
E foi Campeão!
Nesta última manhã de domingo acordei cedo, apesar de ter chego tarde em casa após ter ido num baile – promoção da veiarada com quem minha Senhora se relaciona. Aliás, não se fazem mais velhos como antigamente, quando as promoções para idosos eram chás aos sábados à tarde e reuniões dançantes nas segunda-feira. Onde já se viu velho fora da cama, num sábado, as oito da noite? Dormi pouco e mal, afinal, tal qual essa doença de uma vida inteira que carrego pelo Colorado, nasci, vivo e vou morrer um agoniado (ansiedade é coisa da nova geração).
“Depois de muito acordado, já cansado de tanto sofrer. Esta noite eu dormi um pouquinho, sonhei com você”.
Sim, dormi pouco e ainda sonhei com o Internacional levantando uma taça, numa simbiose se esperança e realidade que culminou com algo muito parecido com o que vi e vivi no Gigante da Beira Rio algumas horas depois. Emoção e felicidade, passada de geração em geração, pois Deus me deu a honra de ver meu neto comemorando um título do Internacional junto comigo, no coração do Gigante da Beira Rio, rodeando de Colorados e Coloradas enaltecidos e encantados com a história de glórias que uma vez mais se repete.
Deus, aliás, sempre muito gentil com este velho torcedor alvirrubro.
De diferente mesmo, um churrasco no Marinha, coisa que não acontecia nos meus velhos tempos de Gigante. Patrocínio dos jovens Felipe e Fernando Augusto, que poderia ser uma talentosa dupla sertaneja a cantar o sucesso do Milionário & José Rico descrito algumas linhas atrás, porém se dedicam às profissões do futuro, sem esquecer do que mais importa da vida: Família, Internacional, churrasco e cerveja.
E esta é a mais pura verdade quando falamos do Colorado: renovação. Novos torcedores, novas perspectivas, mas uma história de glórias que nunca se apagará e que seguira sendo recontada pelas novas gerações que haverão de vivenciar e presenciar tantas e tantas conquistas vindouras. Eu não estarei mais aqui, mas os meus haverão de lembrar do pai, do tio e do avô que os fez Colorados e que jamais se arrependeu dessa imperiosa empreitada.
Como é bom ser Colorado!
Mais uma vez nesta longa jornada de vida, ó meu Internacional, sonhei e pude viver de todo sonho com você. E agora, mais do que nunca, é possível dizer que – não apenas – seremos. Somos!
SOMOS CAMPEÕES!
Como é bom ser Colorado!
CURTAS
– Professor Roger que chegou com a minha (e a nossa) desconfiança, ganhou o coração e o respeito definitivo de nós Colorados. Não sei como será o daqui para frente, mas a expectativa é grande e o respeito à sua figura, eterno em nossa história;
– Minha reverência ao mestre Paulo Paixão que para além do seu talento na preparação física, lembrou da importância de não deixar dívidas para trás. Só assim se vai em frente na vida;
– Ainda estou no começo do filme dos bastidores do jogo que nos sagramos campeões, mas do pouco que já vi aqueci meu coração e o enchi de esperança: sim, podemos mais;
– Sei que Gauchão não é parâmetro, mas começaremos o brasileirão e a libertadores com muitas certezas: Anthoni, Victor Gabriel, Carbonero, Vitinho e, sim, Enner Valencia;
– Café Aguirre, abordado muitas vezes individualmente por aqui, acabou o campeonato muitíssimo melhor do que começou. Contudo, ainda precisamos de um titular à função;
– Vou falar pois mordi a língua: Ronaldo revisou minha visão inicial dele próprio. Pode ser bastante útil;
– Não há muito o que falar de Fernando, Bernabei e Alan Patrick: ambos estão em outra prateleira;
– Vou fazer um elogio público e necessário ao Presidente Alessandro Barcellos: campeão com méritos quando entendeu como funciona o processo da coisa. Soube defender a instituição com galhardia e estofo;
“Vão se f…” “Esse o Gauchão é mais importante da história”: D’Alessandro, Andrés Nicolás;
– Frase celebre do nosso gurizinho Victor Wolffenbuttel, aqui do BV, e que resume os últimos anos do Colorado: “Só valoriza o presente quem lembra do passado”;
– É preciso, portanto, valorizar e muito: Sport Club Internacional, Campeão Gaúcho de 2025. INVICTO!
PERGUNTINHA
Qual o limite do time do Inter?
O Rio Grande tem patrão! Tem um Octa e uma porção de “octários”.
PACHECO