Zago evoluiu!
Zago evoluiu, a olhos vistos, e só não vê quem não quer. O problema é que evoluiu como o câncer evolui.
Tomando por base o gauchão, campeonato onde todos os times estão interessados, e cujo nível, até o momento, foi melhor que a copa do Brasil, a evolução salta aos olhos.
Começou com duas células cancerígenas, Ceará e Ernando na defesa, e, sofrendo uma sessão de radioterapia, apontou para a cura, colocando Junio, Charles e Nico contra o NH. Perdemos, mas jogamos. Levamos dois gols de contra-ataque, mas tivemos a bola, criamos e erramos.
Jogamos no esquema que treinou, o 4231, embora com erros de posicionamento, era a convicção do treinador.
Mas a derrota mostrou que a radioterapia não funcionara, e vieram os 3 irresistíveis volantes e o fim da criação do meio campo. O câncer evoluía, começava lentamente a destruir células saudáveis.
Seguindo na evolução, voltou Paulão e Ernando, mais Anselmo. Nova sessão de radioterapia, e os remédios Ortiz, Júnior, mais Uendel no meio, deram esperanças de vigor, mas na mesma sessão voltaram William e Anselmo.
Nova sessão depois de um desmaio no primeiro tempo, e o remédio veio com Nico e Roberson, mudando o esquema para o 442, com jogadas pelo meio e um só volante. Uma animada melhora que durou pouco, com o retorno, na mesma sessão, do Anselmo.
Nova recaída, William no meio, mantém Paulão e Nico sai quando era o melhor em campo. Roberson fica.
O clube reage e traz o remédio Cuesta, mas Zago o aplica como supositório na torcida, de ladinho. Vendo o erro, tenta extirpar a célula mater, mas mantém Anselmo e também extirpa Nico, tentando novo supositório, Valdivia.
Zago então aplica dose cavalar de placebo, colocando, na mesma sessão, Anselmo, Valdivia, Ferrareis e Andrigo. Há reação, evidentemente psicológica, ao placebo, mas as células cancerígenas seguem no time, a célula mater não foi extirpada, só escondida.
Na sessão seguinte, já se vê metástase, a célula mater contaminou o meio, a defesa e o ataque. Só escapa o goleiro; bons jogadores, como Dourado, sucumbem. D’Ale não rende, Uendel amolece e até Cuesta evita contato corporal, tombado pela febre amarela. Nico erra gols e Ferrareis substitui a esperança. A esperança é a ultima que morre, mas morre.
No desespero a dura realidade: o médico é o câncer, e o câncer evolui. Só há uma saída, retirar cirurgicamente o câncer e suas células malignas.