Mauro Loch

UM TREINADOR QUE SE RECUSA A GANHAR

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Roger segue com o desmonte do time, e a desculpa da baixa energia do time não é dos jogadores, mas ou do treinador que não consegue ligar o disjuntor, ou do coordenador do vestiário.

Roger conseguiu não apenas perder para um time que tem Nonato no meio, mas para um time que tem apenas um jogador que constrói jogadas e que deitou e rolou pelo lado esquerdo da defesa do Inter.

Atribuir nó tático de Renato, um treinador que sabidamente é um animador de vestiário e nunca foi reconhecido por suas qualidades táticas é passar pano na pífia atuação tática de Roger, que começou pela montagem do time, e vem se repetindo a cada jogo, mascarada por algumas vitórias épicas em que abandonamos a formação tática e jogamos para vencer, como foi ontem no segundo tempo.

Contra o Bahia, quando colocou Vitinho, não tivemos uma melhora do time, e sim quando tomamos o gol e resolvemos atacar, coisa que Roger tem imensa dificuldade em fazer, e só faz com o placar adverso. Aí é outro Inter. Não por acaso foram duas vitórias em 11 jogos, comandados por um treinador que se recusa a vencer.

Não me importo em escolher campeonato, priorizar Libertadores e Copa do Brasil, mas se fizer isso, alguns jogos tem que ganhar, e entre eles estão os jogos contra o Corinthians, Grêmio, Mirassol e Sport. E não ganhamos.

Esses pontos já nos deixariam em situação confortável para pensar nas copas, mas agora, mesmo com muito campeonato pela frente, o aproveitamento chama muita atenção.

Mas vamos à parte tática, demonstrando o erro do Roger que não consegue acertar.

O problema não é zaga ou ataque, mas o meio, e tomamos gol porque o meio que Roger idealiza é marcação de uma faixa do campo com 2 homens em linha. Nenhum time que joga no 4231 marca a segunda linha com 2 ou 3 homens, só Roger,  e por isso leva tanto gol.

Ao alinhar Alan Patrick, Wesley e Vitinho, deixando Borré um pouco mais na frente, e seja Borré, Mathias ou Valência, na primeira vez em que se passa a linha de 3, há um buraco imenso no time, seja pelo meio, seja pelas laterais, porque dois marcadores, ou três, quando Wesley se junta, não chegam em quem tem a bola para o passe, e aí ou é cruzamento livre, ou é passe sem pressão, e a defesa que se vire.

Assim tomamos gols de cruzamentos, assim tomamos gols de infiltrações, porque é muita gente para marcar, e pouca gente marcando.

O segundo problema é na construção das jogadas. O colocar Vitinho em campo, o time precisa jogar no campo adversário, ou seja, precisa construir as jogadas com o time posicionado. Isso demanda ter a bola e sair jogando, mas principalmente, quando recupera a bola.

O único jogador que retém a bola com campo, é o Alan Patrick. Wesley às vezes, mas é mais fácil de marcar no meio, e muito difícil de marcar quando está voltado para o campo de ataque. Só que na recuperação de bola, o básico do outro time é pressionar quem recebe o primeiro passe, e Wesley, de costas para o marcador, bem pressionado, tem dificuldades, como todo atacante. A outra hipótese que Roger gosta é o atacante, mas posicioná-lo no centro do campo, sem um meio que chegue perto para receber a bola, é inútil, e o time do Inter não tem um meio que tenha fôlego para chegar perto, aí quatro jogadores marcam três jogadores do Inter e o ataque fica improdutivo.

Quando Roger joga com um segundo meia, seja Prado, seja Tabata, e como foi com Gabriel, o time tem outro jogador para receber o segundo  ou primeiro passe, e precisam de mais jogadores para ser marcados. Por isso o time melhora muito com dois meias.

Aí vem o problema do treinador que enxerga T Maia e Bruno Henrique como meias, achando que vão conseguir fazer essas jogadas, e, por óbvio, não conseguem. Carbonero e Wanderson, assim como Wesley, tem essas características de retenção de bola, sair pelo meio  e construir jogadas; Wesley menos e joga muito com a velocidade de Bernabei, mas não Vitinho.

Assim, Roger, se continuar insistindo no seu esquema, vai morrer abraçado com ele, e o time só vai jogar quando estiver perdendo o jogo.

Fora isso, Ramon fez, novamente, péssimo jogo, e Anthoni falhou. Mesmo com o desvio, era bola para rebater, pois nem forte o chute foi. O resto ficou na média ruim e só jogaram a partir do gol, como de costume.

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