UM TIME MAIS SOLIDÁRIO
Há muito tempo falamos em Daledependência no Inter, e que nossos times jogavam em função do argentino. Pura verdade, tanto que, na sua ausência, jogamos em função do Paulão e suas investidas em bolas paradas na área adversária.
Sem D’ale, e com Odair, o time ficou mais solidário. Com ele, a tendência é jogar a bola até ele e esperar que o gringo faça alguma coisa, desde um lançamento, um cruzamento, um drible, um chute, um gol. A ausência de D’Ale dividiu as responsabilidades.
Pelo menos foi o que pude observar ontem, um time mais participativo, mais coletivo, com um leque maior de opções.
Isso não quer dizer que tivemos opções muito boas, mas, pelo menos, foram várias as tentativas por ambos os lados, e até pelo meio.
Quem destoou, novamente, foi Pottker, que insiste no individualismo salvador e não conseguiu uma jogada relevante sequer, no máximo, um escanteio.
Tomamos um gol cedo, numa falha infantil do Klaus. Não achei falha do Danilo, acho que Danilo é isso, não sai do gol por nada, e Klaus sabe, não pode ameaçar e deixar a bola passar, nem mesmo se o goleiro fosse o Neurer. Mas Danilo salvou o Inter na falha do Patrick e cabeceio do Vidal.
O gol trouxe duas situações, uma positiva, outra negativa. A negativa é que não saberemos se precisamos tomar o gol para propor o jogo. O gol foi cedo, o Inter dominava as ações, mas era muito pouco tempo para ter certeza.
De positivo foi a reação. O Corinthians chegou ao gol novamente aos 29 do segundo tempo. A posse de bola deles foi improdutiva, sem conseguir furar o bloqueio da defesa. Nossa transição melhorou na recuperação da bola, mas ainda é muito lenta e previsível. Na retomada, era só o lado esquerdo, pois Pottker caminhava em campo nos contra-ataques.
Zeca acrescentou calma ao lado direito, Moledo é a grande surpresa de todos, até o momento tomando conta da área. Dourado voltou a ser o destruidor de jogadas, e sem a tarefa de construir, melhora muito; ainda mais quando não tem que procurar um jogador só para passar. Até chegar na frente e tentar entrar a dribles tentou, mas não é a dele.
Patrick e Edenilson foram os distribuidores do jogo; estão longe, muito longe de armarem ou construírem uma jogada, mas é o que temos para o momento, distribuição de bolas para Lucca ou Pottker. Patrick ainda consegue um ou outro drible e arrancadas pelo meio, mas falta o passe. Não à toa o gol saiu com a entrada de Nico. Um a mais no ataque ajuda, os marcadores tem mais gente com quem se preocupar.
Rossi entrou no lugar do cansado Pottker e sua correria ajudou muito o time. Vontade não lhe falta, e parece que sorte também não, mas ele foi na jogada, outros não iriam.
Odair precisa entender que um jogador cansado não pode ficar em campo, e precisa substituir quem quer que seja, no momento em que não correr mais. Rossi entrou tarde.
Damião é um caso a parte. Se tivéssemos um centroavante com um pouco mais de habilidade, contaria uns três gols a mais. Dois cabeceios muito ruins, outro em direção ao gol quando deveria atrasar, a bicicleta que deveria ser um domínio em direção ao gol, e uma tentativa de domínio com o joelho. Mas Damião é pura vontade, e, quando está onde deve, até faz gol.
De resto vejo uma campanha contra Iago, com a zh afirmando que seu lado foi aproveitado pelo Corinthians pelas suas falhas na marcação, mas os gambás chegaram três vezes ao gol do Inter, e duas vezes na área. Então não consigo ver essa falha na marcação.
Além de solidário, o time ficou mais seguro, e duas vitórias em casa possivelmente tragam um pouco mais de confiança, coincidência ou não, depois do discurso de Rodrigo Caetano, dizendo que o Inter é um time grande, coincidência ou não, sem D’Alessandro.