Mauro Loch

UM DOIS TRÊS DE OLIVEIRA QUATRO

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Pois é, o Bruno falou de passagem sobre isso no seu post, e pretendo ampliar um pouco um debate de longa data.

4 volantes é quase brincadeira com a torcida, e ainda que não seja totalmente contrário à ideia de muitos volantes, o principal na discussão é quais volantes, ou a qualidade dos volantes. Não me desagradaria 4 Modrics ou Kroos ou Ericksens.

Vimos uma seleção com Casemiro, um volante que desarma e só, nem um bom passe tem, o outro é Arthur, que demora muito a se soltar e age mais como um volante de contenção do que um jogador de meio, talvez sob orientação do retranqueiro Tite, que troca um meia por um zagueiro/lateral.

No Inter, Dourado desarma, e só; tem um bom passe lateral, mas não é incisivo quando precisa, e pouco ou quase nada vimos de passes/assistências. Há muito que peço um time sem Dourado ou equivalente, assim considerado Lindoso, que, apesar dos gols, não é um volante capaz de um passe mais arrojado, ou que meta um pouco de medo com o chute.

Daí temos Edenilson e Nonato, que marcam, se movimentam, e, mesmo em raras vezes, são capazes de uma jogada mais arrojada, um ingresso na área e um drible com ganho pessoal da marcação. Lhes falta o passe mais longo, a capacidade de uma assistência para velocidade de Nico, que, ao que parece, será nosso único jogador de velocidade e infiltração. Nonato e Edenilson são leves, correm muito e tem certa velocidade (Edenilson mais).

Aí já teríamos uma trinca de marcação, que, se Odair soubesse ajeitar a cobertura dos laterais, ou do lateral que avança, uma segunda linha de marcação seria suficiente. Mas Odair não consegue resolver essa equação com a movimentação do time, e por isso vai com o quarto volante, um marcador/ladrão de bolas que se aventura no ataque e com certa presença na área. Odair quer transformar Patrick em um meia aberto pela esquerda.

Bem, Odair quer transformar um volante em um meia, mas não pensa em jogar com um meia com função de marcação, abre mão da qualidade, do imprevisível, e aposta na retranca, da defesa, na contenção. Se precisar fazer gols, vai de D’Alessandro. Essa é a grande falha de nosso atual treinador, sua incapacidade de avaliar os jogadores que tem no time e fazê-los jogar em outra função, onde, mesmo esporadicamente, possam ajudar no objetivo primordial do futebol, que ainda é o gol.

Essa mania de jogar com o regulamento, de empatar fora de casa e trazer a decisão para o Beira-Rio é um tiro no pé, normalmente, pois quem começa o jogo pensando em empatar, dificilmente escapa de uma derrota.

O Palmeiras tem um bom time, um elenco com vários jogadores, mas não é um bicho-papão de qualidade que terá uma vitória garantida. Não é um time de goleadas ou atuações soberbas, faz gols nos erros dos adversários e Felipão libera seus marcadores para dar pontapés protegidos pelos gritos de Felipe Mello, que faz qualquer árbitro brasileiro borrar a cueca no primeiro lance. No primeiro jogo do brasileirão, depois de fazer o gol, após um momento de pressão no time do Inter, o Palmeiras só se defendeu e abusou de contra-ataques.

Ou seja, com um pouco de organização e coragem, é possível vencer e fazer um bom jogo, mas não acho que será possível com quatro volantes.

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