4.2
(9)

Esperei um pouco para não escrever com o fígado, como muitos fizeram e ainda estão fazendo.

Não foi um jogo diferente do primeiro, mesmos esquemas dos dois lados, mesmas ocorrências, perdemos mais chances, criamos o suficiente para ganhar, mas não convertemos, e desse pecado temos sofrido. Pênaltis é um capítulo separado.

Contudo, surgiram as mais variadas vozes agora cheias de razão, criticando com veemência o que antes elogiavam, e isso precisa ser pontuado.

Alan Patrick era o 10 que faltava na seleção até uma semana atrás, e agora é um bagre comparável animicamente ao Edenílson. Robert Renan era titular absoluto e Coudet errava em escolher Mercado, e o próprio Coudet, de carreira promissora na Europa em 2025 passou a ser um treinador de um esquema só. Maurício não serve mais e Wanderson voltou a ser só um belga. Até Aranguiz envelheceu 5 anos em uma semana.

Não passamos, tínhamos tudo para passar, time melhor, jogadores melhores, treinador melhor, estrutura e torcida melhores, mas não aconteceu, como tem ocorrido em outras ocasiões, mas talvez não com tanta disparidade como esse ano. A superioridade era evidente e talvez aí tenhamos sucumbido.

Se soubesse as razões extracampo, certamente estaria milionário trabalhando com o futebol, mas não sei; digo apenas o que vi, e vi um time que achou que superaria o jogo físico com o jogo técnico, depois do que aconteceu em Caxias.

E não vou dizer que está errado, jogo físico tem sempre um ônus, dificilmente se faz um jogo físico contra um time técnico sem ter um jogador expulso, exceto se for o Flamengo (que fez isso contra o Flu no ano passado), ou se Daronco estiver apitando.

Não pode ser desculpa uma arbitragem péssima como foi a de segunda, em que um dos pilares do esquema do Inter, a recuperação de bola, era punida com faltas inexistentes toda vez que era bem sucedida. Já tinha feito isso no grenal. Maurício apanhou feito cachorro, seja por cima, seja por baixo, em faltas desleais, mas o cartão não vinha. Renê levou uma tesoura na frente da área, criminosa, e foi dada a vantagem em passe lateral. Maurício sofre outra tesoura quando tinha espaço para recuperar a bola, e a tesoura termina dentro da área, na frente do árbitro, que, condicionado, nada fez. Isso irrita.

Coudet manteve o esquema com Lucca, e tivemos duas chances claras de gol, em construções, o adversário em bolas paradas e em erro de Renê, que depois fez jogo muito bom. O gol veio em bola parada, se não me engano em jogador marcado por Vitão, que depois perdeu o tempo da bola em jogada ensaiada que poderia ter dado o empate. Aliás, o empate veio em jogada ensaiada muito bem executada, que surpreendeu a torcida, vaiando no momento que a bola chega em Aranguiz.

Depois, recuou Alan Patrick para a função de Bruno Henrique, que não foi bem novamente, e só o Inter jogou, mesmo após a expulsão. Não houvesse a expulsão, creio que um cabeceador e finalizador de área teria ingressado, Ricardo Mathias, na ausência de Alario. Sim, não é um treinador de um esquema só ou de um tipo de jogo. Antes, Maurício perde um gol sozinho com o goleiro, em jogada de Valência, que dá a importância dele para o time.

Óbvio que aqueles que se renderam às 10 vitórias seguidas esperavam um tropeço para gritar que tudo está errado e que o Inter é um time perdedor com Barcelos. Talvez seja, mas há um trabalho sendo feito, que é melhor que os outros anteriores, senão não teríamos essa sequência.

Mercado é um dos nossos melhores batedores, e jogador experiente, seu pênalti era decisivo no aspecto anímico do adversário, mas perdeu. E desta vez não foi Valência que perdeu gol sozinho com o goleiro. Então a crucificação não tem um cristo, e isso precisa ser entendido para que voltemos a ser decisivos quando precisa. Como? Se soubesse, cobraria para escrever.

Mesmo Robert Renan, que foi moleque quando não podia ser e não entendeu a grandeza do time que joga, muito menos o momento. Espero que supere, é um excelente zagueiro.

Dito isso o momento é de tristeza, foi um tombo alto pelas performances anteriores, e é hora de lamber as feridas internamente, de cobranças fortes sobre atitudes decisivas, mas nada de bradar aos microfones, e sim mostrar em campo que esse time pode se recuperar jogando futebol no campo, é o único local onde se ganha títulos.

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