4.7
(12)

Pouquíssimas vezes um time pode dizer que o  jogo valeu pelos 3 pontos, mas até isso tenho dificuldade de dizer.

Faltou seriedade aos nossos jogadores, que atuaram como se estivessem em um amistoso de exibição, abusando de toquinhos de calcanhar e efeitos. Há algum tempo, alguém disse que o gol faz mal ao Inter, e foi, de novo, o que aconteceu ontem.

Um gol aos três minutos, em jogada de dois atacantes rápidos, que encontraram Patrick livre na área, e, desta vez, conseguiu finalizar; e foi só. O resto do jogo serviu para algumas constatações, nada diferente do que uma parte da torcida vem repetindo.

Depois do gol, a atuação do Patrick foi, no mínimo, constrangedora. Caminhava em campo, perdia todas as bolas (fez uma jogada de efeito sem resultado), chegava atrasado na marcação e ficava no meio do caminho orientando Moisés.

Esse, aliás, segue também constrangedor. Espero que Aguirre o tenha mantido no time apenas para tirar a ideia maluca de renovação. Moisés com a bola é sofrível, na marcação, é perdido, batendo faltas e escanteios, uma incógnita com a certeza de que se errar, talvez dê certo.

E o time do Sport é muito ruim, muito mesmo, e ainda fomos ajudados por um esquema sem articulação, mostrando como Lindoso é um péssimo primeiro volante, outro que não tem nenhuma justificativa para ficar, senão uma possível união dos jogadores ruins do time, que parecem comandar o vestiário e o clube.

Maurício até tentou, mas esbarrou na inoperância de um lado esquerdo que tem a preferência das jogadas, todas sem resultado. Não é por acaso que o gol saiu de jogada pela direita. A bola girava no meio, e a direita era esquecida. Caio tentou nas poucas vezes que recebeu a bola, algumas conseguiu; do outro lado, nem isso.

Edenílson até apareceu, mas também foi pouco produtivo. A chance na seleção vai fazê-lo ficar no Inter ano que vem, com certeza não se exilará do futebol nas arábias antes da convocação, e depois teremos o mesmo cenário de anos anteriores, com o pedido para sair no meio da temporada.

A zaga, tirando Moisés, foi bem, considerando que era o Sport e que não havia proteção na frente da área, inclusive com a recusa de Patrick marcar, e Edenilson com preocupação em atacar. A todo momento era o atacante marcado pelo zagueiro na intermediária. Daniel segurou tudo o que foi pro gol, e teve a sorte da trave no chute de Trellez, depois do escorregão de Cuesta. Tomar gol do Trellez seria um prêmio da incompetência e desinteresse.

Claro, antes, Aguirre desmanchou a velocidade tirando Caio e colocando um perdido Guerrero, que errou o gol da tranquilidade, em bela jogada de Yuri, pela esquerda. Não sou contra Yuri e Guerrero juntos, se Yuri tiver liberdade para flutuar pelos dois lados e não ficar responsável pela marcação do lateral. Isso implica modificação no posicionamento de Patrick e Edenilson, ou seja, posso esquecer.

Jonnhy no lugar de Maurício foi um erro que deu mais consistência ao meio, já completamente solto e envolvido pela presença de jogadores do Sport. O acerto seria a saída de Patrick e deslocamento de Maurício para aquele lado, ou formar o 442 com Yuri e Guerrero sem guardar posição. Mas Patrick sair do time é algo que não veremos enquanto ele não sair do clube.

Acho que acertou Aguirre em não colocar os recém-chegados, ou mesmo o centroavante da base. O jogo estava muito ruim para o Inter, e um resultado negativo, empate, cairia na cabeça deles. Mas não é uma condição que deve se confirmar, pois o lado esquerdo precisa urgentemente de modificações, nem que seja preciso Jonnhy errar um bote e acertar Patrick.

Enfim, um jogo em que somamos três pontos de forma constrangedora, salvos por Daniel e pelas estatísticas de Trellez, mas que apenas repetimos o que temos feitos nos últimos anos, com raros períodos de exceção. Ainda que a vitória nos tenha elevado na tabela, não é momento para falta de seriedade, como o que foi demonstrado ontem.

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