SEM ILUSÃO

Novamente não foi um bom jogo do Inter, apesar de não sofrer nenhum perigo e o placar ter sido tranquilo, ficamos longe de uma boa apresentação, mas essa tem sido a tônica do time no gauchão.
Claro que não dá para avaliar o primeiro tempo do jogo, até os 9 minutos, impossível jogar futebol, e quase que Rogel faz bobagem, salvo pelo atento Anthoni. Mesmo depois da parada, o campo estava sofrível.
A parada foi providencial, mas indica problemas na drenagem do Beira-Rio, no primeiro teste pós enchente.
Voltando ao jogo, Roger optou por quatro atacantes e nenhum jogador de meio com capacidade de armar e distribuir o jogo. Gente de mais no ataque, mal distribuída, só facilita a defesa, ainda mais quando o jogo é ataque contra defesa.
Nisso a movimentação de Borré e Valência, com Carbonero e Vitinho, deixou muita gente no mesmo local, e pouca gente na área adversária. A impossibilidade de passes, a bola aérea seria a alternativa, mas não do meio, e sim dos lados, e não fizemos isso nem com os pontas, nem com os laterais; e foi difícil entender a estratégia. Aos poucos foi se ajustando.
O pênalti veio em lance de bola estendida, aproveitando a explosão do Valência, que foi esperto ao chegar primeiro na bola e deixar o goleiro trombar com ele. Borré bateu muito mal, no meio, meia altura e fraco.
Menos mal que em seguida abrimos o placar com Bruno Henrique, com cinco jogadores na área, e depois ampliamos no gol contra, em belo passe de Vitor Gabriel para Carbonero.
Carbonero, aliás, foi o protagonista do jogo na armação de jogadas, e não é a função dele, embora já tenha feito isso trocando de posição com Wanderson, no jogo contra o Brasil. Não foi mal, mas não pode ser a alternativa.
Melhoramos no segundo tempo, já com um gramado um pouco mais aceitável. Perdemos gol com Vitinho e poderíamos ter feito mais se houvesse insistência em vez de controle do jogo, mas o placar já era o suficiente (isso incomoda um pouco, mas as recentes lesões indicam estratégia).
Terminamos como melhor campanha, decidindo em casa a semifinal contra o Caxias, time contra o qual ainda não jogamos, mas não vi grandes coisas em termos táticos e técnicos contra o rival, e mesmo sem Alan Patrick e Wesley, é um time que pode ser batido sem surpresas.
Aliás, creio que Gustavo Prado retorna, sendo boa opção, e Ricardo Mathias também, para que voltemos ao 4231 que Roger conhece e aplica. Wanderson foi quem melhor fez essa função no meio na falta do Alan Patrick, e os dois guris que o poderiam substitui-lo não tiveram minutos suficientes para assumirem o jogo na semifinal.
O ponto principal é não se enganar com essa primeira colocação e achar que o time vai render ao natural. A superioridade no grenal também não pode ser considerada, principalmente porque estamos com dificuldades de transformar esse domínio em gols, e são os gols o detalhe que faz diferença, ainda mais com o absurdo condicionamento da arbitragem.
Nesse período, espero que a direção esteja trabalhando para um meia, um lateral direito e um zagueiro, porque vamos precisar.