SELEÇÃO
Fim de semana sem futebol nacional da série A, ficamos com a seleção ganhando do Equador e também consegui ver parte do jogo do Uruguai e Paraguai, jogo que foi bem mais interessante que o da seleção.
Nossa seleção vai penar muito tempo para se desfazer da herança do Tite, de construir um time em torno de um jogador salvador. A maior parte da imprensa embarca nessa ideia, esperando que Neymar volte ou que Vini Jr. desencante na seleção, em vez de tratar da questão de não termos time, não termos esquema, não termos jogadas, exceto tentativa de jogadas individuais.
Do outro lado, vimos o Paraguai, com um time que até o momento não tinha apresentado nada e trocou de treinador, e contra o Uruguai já fez um jogo muito diferente do que vinha apresentando, fazendo sobressair os homens do ataque. O Paraguai não deixou de mostrar uma defesa compacta e um time bem postado para defender, mas mostrou uma velocidade e objetividade na recuperação de bola que assustou os uruguaios.
Certo que o time jogou para Suarez e estava bem desfalcado, mas não esperava a velocidade do ataque do Paraguai na retomada da bola.
Já a seleção brasileira segue com a mesma saga de vários times nacionais, que querem fazer gols com um ou dois jogadores na área adversária. O próprio time entrega a bola para alguma individualidade e espera que resolva tudo sozinho. Dorival mudou alguns nomes, está tentando alguns guris habilidosos, mas a filosofia de entregar para alguém que resolva o jogo segue firme, e aí vemos renascer as discussões sobre qual jogador é mais habilidoso e melhor serviria à seleção.
Time, que é bom, não temos.
Também é certo que não é o mais fácil, pois são jogadores que treinam eventualmente juntos, não há um espírito de equipe, e muitos enxergam a oportunidade de se destacar, em vez de destacar o time.
Esse é o trabalho do treinador, que Dorival, até o momento, não conseguiu fazer, transformar vários jogadores de destaque em seus times em uma equipe coesa, com uma forma de jogar coletiva. E não acho que vá conseguir.