Mauro Loch

SE ERRAR É MANO, INSISTIR NO ERRO É….

4.7
(13)

Sim, copiei um título do Carpinejar.

Sempre digo que perder é do jogo, mas perder para esse time do São Paulo é fora da curva, pois, talvez, seja o pior São Paulo dos últimos 30 anos. É um time formado por baixotes, com dois zagueiros bons e mais nada, absolutamente nada. Times do gauchão são melhores e mais organizados. Nenhum dos jogadores seria titular no Inter, exceto Calleri, e, atualmente, o volante Luan, que é reserva.

Certo que Dorival sabe disso e montou uma retranca, com 5 jogadores na linha do meio campo e Luciano isolado na frente, o jogo e a bola eram do Inter, mas o time, e Mano, conseguiram perder um jogo muito fácil.

E fizemos jogos ruins na Copa do Brasil, Libertadores e agora Brasileirão.

Aí entra o fator das tentativas.

É claro que Mano erra, errar é humano, o problema é insistir no erro, e sequer tentar algo novo.

Pedi Campanharo e De Pena no meio, era a única formação que Mano não havia testado ainda, e a saída de bola ficou melhor, mas isso até o SP pressionar um pouco, e aí parece que o pavor bateu, e Mano não apresenta solução alguma.

Também é certo que Igor fez uma de suas piores partidas pelo Inter, errando muito mesmo antes do pênalti. Não o vejo como titular, e acho Bustos muito superior, marcando e atacando, e principalmente, na saída de bola.

Mano até tentou, baixou Alan Patrick para conduzir a bola, mas ofereceu pouca alternativa na frente.

Muito porque Luis Adriano é puro constrangimento ao jogar. Quando recebe a bola, até mostra alguma técnica e qualidade, mas futebol é bem mais que isso, e se acomodou com o Arboleda no seu cangote, por ali ficando, sem movimentação, e, assim, sem oferecer opção ao time.

Mano erra e insiste no erro de não mudar. Se não tinha Alemão, poderia e deveria usar PH como centroavante, deixando Maurício. A linha de 4 no ataque, formada por PH, Maurício, Alan Patrick e Wanderson tem condições de furar bloqueios, usando uma das pontas e com os três fechando no meio. A recomposição poderia ser feita com a velocidade do PH e do Wanderson, seriam três jogadores na área, mais algum eventual como De Pena ou Campanharo.

Seria ajudado pelos números, PH tem 8 gols. Mesmo que não ache ser a melhor formação, sem Alemão brigando e se movimentando na frente, é pelo menos uma tentativa. Ontem, com Lucca, o time jogou mais, ainda que a avaliação fique prejudicada pelo fato de jogar com 2×0 contra.

Outra situação é a defesa, ou o meio. Tomamos um gol de um gordinho do Nacional porque não havia ninguém para intercepta-lo de frente, e ontem a mesma coisa, levamos um gol de um baixote (por melhor que tenha sido o chute, e foi um golaço), ele só é enfrentado por Vitão, já na área. Bustos marca o lateral e o passe pelo meio, mas não há um jogador que fique na frente da área. E não dá pra falar no De Pena, pois quem deveria estar lá era o Baralhas, assim como Campanharo contra o Nacional.

Mas aí é posicionamento, e Mano falou na entrevista em reforçar a defesa, coisa mais óbvia, não porque temos levados gols, mas porque nosso treinador não consegue jogar no 4231, e seja quem ele coloque pela direita, é por ali que sempre tomamos gols, e aí queima Johnny, Bustos, Igor, Campanharo e Baralhas, e até Matheus Dias, pois o posicionamento dos 2 exige uma compactação dos 3 e dos 4, que não existe no time do Mano.

Aliás, é constrangedor em todos os jogos o Mercado dizendo onde o Baralhas tem que jogar.

Por isso talvez seja melhor que Mano tente parar de “propor jogo” quando é atacado, e passe a fazer o que sabe, armando o time com uma linha de 4 no meio e dois atacantes, tirando ou Maurício ou Alan Patrick, ou alternando os dois no jogo, fazendo o tripé que funcionou ano passado, com um volante e dois meias que marcam mais, como eram Johnny e De Pena, estes dando o primeiro combate e o volante na sobra. Isso Mano mostrou que sabe fazer, e deixou de fazer esse ano querendo propor jogo.

E pode fazer isso contra times mais fracos que sabe que não querem a bola, mas não pode tomar com gol o time todo posicionado, da forma como tomou contra o Nacional e São Paulo.

E a direção tem culpa nessa incoerência. Já escrevi que, quando quis um jogo propositivo e contratou treinadores que jogavam assim, deu um time que os atacantes eram volantes de origem, e agora, que contratou um treinador que precisa de robustez defensiva, não ofereceu nenhum volante de origem, e os meias são todos ofensivos na origem. É esquizofrenia total.

Eu já disse que prefiro muito não ter volantes e ter que adaptar um meia como volante, do que não ter atacantes e improvisar volantes como pontas, mas nem isso Mano fez, porque nunca jogou com um tripé defensivo na frente da zaga. Mano nunca jogou com um volante postado na frente da área.

O time do Mano ano passado funcionou com Alemão jogando muito, e assim foi contra o Nacional nos primeiros 30 minutos, e a direção não foi capaz de trazer um centroavante também. Aliás, os pedidos eram bem simples, um 5, um 9 e um dois para reserva do Bustos, e ainda não temos um 5 e um 9, embora tenha encorpado o time. Até trouxe Luis Adriano, mas sabia que a aposta era alta e o risco também.

Então Mano erra, como é comum acontecer, mas está insistindo demais no erro, a ponto de se tornar um erro que a diretoria está insistindo.

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