Mauro Loch

SANGUE DOCE E RAIVA

4.6
(11)

Confesso que fui ao Beira-Rio de sangue doce, esperando uma derrota, com a intenção de conferir atuações dos reservas, ressurgimento de Gabriel, desenvoltura de Bruno Henrique, Igor Gomes na zaga, Nico sem traumas, etc…

Vendo a escalação, com Gabriel Barros na linha de ataque, fiquei ainda mais de sangue doce; o guri não tinha jogado ainda como titular.

Só que, começando o jogo e o Inter imprimindo intensidade, toque de bola, marcação forte no campo todo, fiquei entusiasmado. Até os 20 minutos do segundo tempo, o Galo não sabia o que era a bola, não concatenava jogadas, não concluía passes, nem chutava no gol. Keiller fazia intervenções ou devolvia a bola em chutões, e a segunda bola era do Inter.

Aí nosso problema frequente com o time reserva, não fazer gols. Nossos atacantes não conseguem incomodar a zaga adversária. Os laterais, o meio, todos armam as jogadas, rondam a área, mas falta o toque final, a movimentação que libera ou o centroavante ou outro para concluir ao gol.

Luiz Adriano até acertou um belo chute no início do jogo, mas, novamente, pouco fez. Achei que Lucca foi bem, jogando como segundo atacante, caindo pelos dois lados, mas lhe faltou companhia mais na frente.

Campanharo esteve abaixo dos demais o jogo todo, e cansou no segundo tempo, reduzindo o ritmo do time. No primeiro tempo, também optou por cadenciar o jogo quando podia, e deveria, acelerar, além de escolhas equivocadas no lado do jogo, já que Rômulo fez uma das melhores partidas suas no Inter, mas foi pouco acionado.

A boa surpresa ficou por conta de Gabriel Barros, jogando pelo meio, mais ou menos como Wanderson. Perdeu um gol na boa jogada de Dalbert e marcou e armou o time, com bons dribles. Para quem não tinha jogado ainda, foi muito bem e até acho que virou alternativa, embora a amostragem seja muito pequena.

Nosso problema segue no gol. Já repeti várias vezes que Keiller tem instrumental de bom goleiro, mas sem confiança, não pode jogar, e não será aqui que retomará a confiança. Na verdade, estamos perdendo tempo com ele na reserva, segurando Antony e Emerson.

No primeiro gol, era Edenílson, ou seja, a única coisa que faria seria cruzar, não iria chutar no gol, não havendo necessidade nenhuma de estar embaixo dos paus, ainda mais em cruzamento longo. Posso estar enganado, mas era bola pra sair do gol e interceptar, e não esperar que alguém cabeceasse. Até fez boa defesa, mas insuficiente.

O Inter ainda tentou empatar, mas o erro coletivo de Dalbert e Igor Gomes, e, de novo, Keiller, definiu o jogo.

Dalbert não pode cobrar lateral para o meio da área e para o último homem, Igor Gomes deveria ter arriscado a cabeça na bola, ou a falta, mas hesitou, e Keiller, ao ver a bobagem da lateral, deveria se adiantar, e não recuar. Em bola dividia, era certo que o atacante do Galo não teria espaço para se ajeitar, mas Keiller deu o espaço ficando embaixo do gol até dominar a bola, e aí era tarde.

Definido o jogo, a torcida deu o tom do que era este jogo, cantando incentivos para quarta-feira. Mesmo assim, saí frustrado, mesmo com o resultado que esperava, o time desempenhou por algo mais.

A crítica segue na qualidade. Hulk teve uma única chance, e ainda em bola espirrada, e fez. Nós desperdiçamos chances. Bruno Henrique não pode chutar colocado uma bola que sobra na linha da área, e precisamos de um atacante mais efetivo que Luis Adriano.

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