3.9
(7)

Depois de uma parada de férias, acompanhando o Inter de longe, retomo os posts regulares falando do futebol dos dois jogos com Medina no comando, e da formação do time para 2022.

Não foram jogos empolgantes, aliás, bem longe disso. Mas não vou cobrar, ainda, desempenho individual com três semanas de treinos pós férias e novo desenho tático.

Sim, do que vi, há um novo desenho mesmo utilizando a mesma formação numérica do 4231 anterior, ou variante do 4141.

O que vi de diferente, e mais claro no segundo jogo, foi a ausência do recuo do volante para saída de bola entre os zagueiros. Os dois volantes ficavam na frente dos zagueiros, quase em linha, e estes faziam a distribuição do jogo.

Não funcionou bem nesses dois primeiros, é função que os dois volantes escolhidos não faziam em já há algum tempo, e a movimentação ficou truncada.

Os laterais também avançam alternadamente. Normalmente, um fica, mas os extremas, os ponteiros, ou os meias que atacam, não precisam recuar tanto como nos anos anteriores. É um desenho diferente, uma dinâmica de jogo diferente, que ainda não foi assimilada.

Claro que já tivemos o destaque positivo de Daniel, tornando incompreensível a preferência por Lomba nos últimos anos, e o destaque negativo do Moisés, que errou com bola e sem a bola. Mesmo com a assistência para o gol de Maurício, Moisés erra muito não pelo aspecto físico ou de trato com a bola, mas errou o posicionamento na maioria dos lances. Não é ele o último homem que comanda a linha de impedimento, mas é sempre ele o último, inclusive a dar condições para o adversário. Mas as limitações de Moisés eram conhecidas, e sigo sem entender a renovação.

Particularmente gostaria muito de ver os guris no gauchão, mas parece claro que a opção é por dar relevância ao campeonato, e preparar o time o mais cedo possível, em campo. Medina não fez grandes trocas, nem alterações relevantes, mais trocou seis por meia-dúzia do que alterou sistema tático mudando jogadores.

Neste quadro ainda de desenvolvimento, achei Liziero mal nos dois jogos, perdido, ao lado de um Edenílson desinteressado, tentando escapar da função de volante marcador. Achei Mendez errando mais que o normal, e Mercado totalmente descompassado. Taison organizando e Maurício cavando uma vaga de titular, sendo o melhor nos dois jogos.

Gostei do Wesley, um jogador diferente de Yuri, e achei David bem interessado. Boschilia alternando bons e maus momentos e pouca variação de jogadores em campo.

Já tinha dito que não vejo grandes coisas em David, e penso que Caio Vidal pode melhorar se tiver liberdade e confiança para atacar no um contra um, mas ainda nos falta um volante para chamar de titular, e um bom substituto para  Cuesta.

As contratações, que parecem ser pontuais, agradam em geral, não há jogadores em fim de carreira, com exceção de D’Ale, que veio se despedir.

Como disse, não foi um time empolgante, nem no sentido técnico, nem no sentido tático, e também na parte anímica. Mas é bem melhor montar um time ganhando do que levando pressão por resultados, melhor sair ganhando e arrumar o time com confiança nos resultados. Contudo, é preciso ter clareza de que ainda falta muita coisa para ser um time competitivo, e os resultados não podem iludir a comissão técnica e direção, pois ainda precisamos de contratações e vendas.

D’Ale restreou com gol no Beira-Rio, incendiando a torcida. Mantenho que não achei boa a contratação, mas realiza sonho de boa parte da torcida, e mostra que tem qualidade com a bola. Só não é possível ver D’Ale como solução para qualquer coisa, e saber que sua condição é apenas para entretenimento.

Medina tem muito trabalho pela frente, e a direção, mesmo com o que já mostrou, ainda tem muito mais para fazer.

How useful was this post?

Click on a star to rate it!

As you found this post useful...

Follow us on social media!