Mauro Loch

Quem é Jefferson? II

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Um pouco menos irritado com o retrocesso do time, e contente que a avaliação do D’Alessandro classificou o futebol apresentado contra o Boa como muito ruim.

Seguindo com o aproveitamento dos guris, da ascensão meteórica do Jefferson, do sumiço do Joanderson, Valdemir e Alex Santana, vimos em campo Carlos e Roberson também contra o Boa.

Algum tempo atrás, acho que foi o Celso Roth, alardeava que quem tinha “descoberto” para os profissionais o Robinho e Diego, ou outros, e não lembro quem, tinha sido ele.

Notei que vários treinadores costumam apontar os grandes jogadores que “revelaram”, e, normalmente, o argumento é que foram os primeiros os colocarem no time titular. Quando falava sobre Aguirre, sempre dizia que o mérito dele não era ter colocado os guris no time titular, mas os mantido lá.

Colocar pra jogar qualquer treinador coloca. Manda treinar um tempo com o time de cima, escolhe um jogo, relaciona e escala, ou entra no decorrer do jogo. Isso não é revelar jogador, isso é escalar um guri.

O funil é muito fino na passagem dos guris para o profissional. Os mais velhos reagem, as panelinhas normais em qualquer profissão se fecham, não há muito espaço mesmo para jovens talentosos. Alguns sobram na base e somem nos profissionais, alguns não se adaptam, outros levam um certo tempo até se destacarem e exibirem seu futebol, e erros são cometidos em quase todos os times do Brasil e exterior.

O Inter parece repetir os erros e focar neles. O aproveitamento da base tem sido equivocado, queimando a gurizada que já sofre enfrentando os próprios companheiros. Clemer, ainda treinador da base do Inter, em um programa de TV da RBS, escrachou que há uma certa “fila”, que não é tão simples chegar, mostrar talento, futebol, profissionalismo; tem que esperar a vez, até porque normalmente tem gente que está a mais tempo no clube, que era titular, etc….

Aqui não entro no mérito se um jogador é bom ou ruim, apenas entendo que em 45 minutos não é possível dizer que um jogador pode ou não jogar, e falo porque assisti a primeira partida do Leandro Damião na base do Inter, e vi algo absolutamente sofrível, muito distante daquele que foi nosso goleador anos depois, e muito, mas muito mesmo, pior do que é hoje.

Mas o Inter acumula 45 minutos de chances para a base, apenas isso, não há uma preparação para inserção no time, um tempo para ganhar espaço entre os companheiros, para adaptação e desenvolvimento. Neste contexto, Jefferson foi jogado aos leões, contratado no meio do ano, estreou meses depois, e não conseguiu mostrar nada. Aí ou errou quem o contratou, ou errou quem o escalou.

Vejo alguns times europeus contratando nossos guris, e, muito dificilmente, a temporada deles é no clube grande que o contratou. Casemiro foi para o time B do Real, Alan, acho que é esse o nome, foi contratado por um grande inglês, que o repassou para um time sueco. Se até Messi e Neymar passaram por adaptações, por inserções graduais, estudadas (que levaram à demissão de Dorival no Santos, na época), porque não se faz algo parecido no Inter?

Claro, há também a figura do empresário, que, em diversas situações, parece que é quem escala seu jogador, mas esse é outro assunto.

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