PRA CIMA DELES
A potterização da torcida do Inter, como sofredora, desiludida e sujeita sempre a fiascos e vexames, leva muitos colorados a agradecer não ter jogo do seu próprio time no final de semana ou na pausa das datas FIFA.
Há um certo tempo venho dizendo que a tragédia sempre gera mais engajamento do que vitórias, e que falar mal de alguma coisa dá mais repercussão em rede social do que comemorar coisas boas.
Uma boa parte da mídia, principalmente a que se desenvolve em redes sociais, já notou esse movimento, hoje liderado por nosso torcedor representante do sofrimento, servil aos interesses de uma rede que tem pautas distintas para o Inter e seu rival.
Aqueles colorados que, como eu, tiveram a sorte de ver seu time três vezes campeão brasileiro, uma delas de forma inédita, invicto, e contra times mais badalados e economicamente mais fortes, com mais jogadores da seleção do que o Inter, não compactuam e não podem dar relevo a isso.
O Inter teve momentos de baixa, inclusive antes do octacampeonato gaúcho, quando viu o rival ser campeão, e depois outros períodos de baixa, até a redenção de 2005/2006, novamente campeão da Libertadores em 2010.
Porém, a essa parte retumbante da mídia, só vale o Inter depois do rebaixamento, e fico incrédulo que um time tão vitorioso, com conquistas inéditas e jamais repetidas como o Inter, tenha uma torcida que se identifique com o sofrimento.
Com todo respeito…., ou melhor, com nenhum respeito a esses vira-latas, a torcida do Inter não é sofredora, nem merece essa pecha que só alimenta profissionais captadores de cliques em redes sociais, vendo como isso é rentável.
O Inter é tri-campeão brasileiro, enfrentando times como o Cruzeiro, recheado de jogadores da seleção, Vasco em seus áureos tempos, São Paulo, Corinthians, Atlético Mineiro, Fluminense e por aí vai.
Nosso clube é bi-campeão da Libertadores e campeão mundial sobre o Barcelona, senão o melhor, o segundo melhor de todos os tempos.
Não vejo sofrimento nisso.
Também não vejo que a demora em reconquistar títulos torne a vitória impossível. Como sempre lembra nosso Boss, fomos tremendamente surrupiados em duas recentes ocasiões que viraram história e referência. No cenário mundial, há outros times grandes com jejum de títulos também, e nem por isso são associados à sofrência.
Digo isso porque senti falta de jogos do Inter, de torcer pelo clube independentemente de quem o dirige ou dos jogadores que compõe momentaneamente a escrete colorada.
Mais falta ainda depois de ver o jogo modorrento entre Croácia e Espanha, com ambas as seleções morrendo de medo de perder e preferindo empatar do que arriscar ganhar um título que nem tem tanta valia no cenário mundial.
Contratamos um atacante que parece diferenciado do joio, que pode ou não dar certo (já que contratamos outros com a certeza da eficiência e que resultaram pífios aqui), mas que tem tudo para fazer o time melhorar na conclusão das jogadas e potencializar nossos atacantes e meias. E alguns disseminadores do sofrimento já acham ruim ter um jogador assim.
Cada vez mais rejeito essa ideia de associação do Inter ao sofrimento, ao calvário, à penúria, e cada vez mais vejo necessidade de lembrarmos o tamanho de nossos títulos, o indeditismo de nossas conquistas e a força do nosso clube, contra toda essa onda midiática de apequenamento que só interessa aos rivais.