4.5
(12)

Evidente que foram dois pontos perdidos, novamente com o time controlando o jogo, com posse de bola e jogando no campo adversário, e novamente o gol ou os gols não apareceram.

Mano correu riscos, avaliou o time do Avaí e resolveu jogar com um volante, segurando um pouco os laterais e deixando os zagueiros no combate direto. O Avaí perdeu duas chances durante o jogo todo.

O time segue procurando uma posição para Edenílson que não é a dele, e termina diluindo a caraterística dos demais em função desse jogador. Ed até correu e esboçou uma marcação mais agressiva no campo do Inter, mas a necessidade de enfeitar as jogadas prejudica a objetividade. O mal maior, contudo, é posicionar Maurício mais pelo meio, longe da ponta, onde rende melhor.

A defesa ganhou os duelos individuais, e a nova lesão de Moledo mostra a relutância de colocá-lo no time. Moledo oferece muito mais segurança, principalmente na imposição física. Mercado não comprometeu.

Gabriel sustentou o meio sozinho, e fez a função que não deveria fazer, distribuindo o jogo. É o mais vertical de nossos volantes, mas precisa de companhia para dar mais velocidade e fluidez ao time, e não teve.

O melhor time de Medina apostava muito nas trocas de posições do meio, no 4141 do Mano, as trocas são escassas e previsíveis, no máximo Ed e Maurício alternavam, e o jogo se desenvolvia em duplas ou trios, mas sempre os mesmos. Wanderson ainda não se acertou com Pena, principalmente na bola esticada, e a única infiltração cruzada que tivemos foi com David, no passe longo de Estevão. O Avaí não marcava muito próximo da área, e a velocidade de Wanderson, sem a bola, não foi aproveitada.

Alemão briga muito, e esse desgaste quando não é necessário, cobra o preço na hora mais importante. Se enrolou com a bola em dois momentos decisivos, embora tenha feito uma belíssima jogada, terminada com um chute pro alto.

Perto da área, o Inter ficava ansioso e concluía mal. Foram 23 conclusões, e apenas duas defesas difíceis do goleiro, uma de Taison, outra de Wanderson.

Pena não repetiu as melhores atuações, mas era o jogador que organizava o time. Achei que faltou profundidade pelo lado direito, que permitiria opção de ataque pelos dois lados na recuperação de bola, mas sempre um lado só avançava, facilitando a marcação.

Mano foi afoito na substituição. Deveria ter mantido Pena e colocado apenas Taison, invertendo Wanderson, deixando o organizador do time com duas opções de velocidade pelos dois lados e fixando Edenilson mais recuado, onde parece se recusar a jogar. Aí os laterais poderiam ter mais liberdade de chegar junto com os atacantes.

Com a entrada de David, o time ficou sem referência, mas a substituição do desgastado Alemão era necessária. Retomo, Alemão precisa saber qual sua função, e não desperdiçar esforço quando não deve, principalmente quando não tem um substituto que seja decisivo, ainda pendendo Cardorini de melhor avaliação. Até achei que deveria ter entrado ontem, já que foram diversos cruzamentos e outros tantos escanteios com pouquíssimo aproveitamento.

Pedro Henrique mostrou muita velocidade e ímpeto. Um belíssimo drible, que o deixou com dois passos de vantagem sobre o marcador, mas uma finalização ruim na execução, principalmente quando o cruzamento era a melhor opção.

Nossa melhor chance coletiva parou no erro de Edenilson a dois passos da pequena área, em chute equivocado (tal qual contra o Galo, do mesmo lugar), mesmo em sua perna preferencial. Alemão, Pedro Henrique, Pena e Wanderson também erraram o alvo, mostrando que a ansiedade na hora da finalização é um elemento a ser trabalhado, bem como jogadas ensaiadas em bolas paradas, já que repetimos os mesmos dois tipos de cruzamentos nos escanteios, sem nenhum perigo, embora as duas bolas na trave tenham sido originadas também de cruzamentos, mas com bola rolando.

É só o terceiro jogo de Mano, e a necessidade de Edenílson mais avançado prejudica a mecânica do time quando precisa fazer gols contra times que se defendem com 11 jogadores atrás da linha da bola. Na necessidade de fazer gols, Mano desorganizou o time com as substituições.

Estevão e David não ingressaram bem no time, mas a reação da torcida com os erros de Estevão não foi a mesma com os erros de Taison. Não adianta nada pedir que joguem os guris se, quando jogam, caem vaiando nos primeiros erros. Estevão é um excelente jogador.

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