PONTO IMPORTANTE
O ponto importante que refiro não é o ponto conquistado na Vila, o mínimo esperado contra um time treinado por Odair, e de um time que pretende alguma coisa no campeonato.
O ponto importante do título do post é a incapacidade do nosso treinador de, no mínimo, ser coerente na escalação, substituições e postura dentro de campo.
Mano até tentou retomar o modelo anterior, com o tripé de apoio formado por Rômulo, Johnny e De Pena, com Alan Patrick flutuando e Wanderson sendo o escape das jogadas, além dos avanços de Bustos.
Nada de tática, fizemos um gol no primeiro minuto, em bola espirrada. Não tiro o mérito do Luiz Adriano, pois estava lá, e teve clama na conclusão. Sempre valorizo o “estava lá”. Só que, novamente, foi a única coisa que L A fez no jogo todo, além de perder outro gol, sozinho da entrada da área, em belíssima jogada do time. Estava lá, mas daquela posição, centroavante que se preze, no mínimo exige um milagre do goleiro.
De resto, L A perdeu todas as jogadas em que participou. Até seriam suficientes dois gols, mas a inoperância do 9 é alarmante, e não posso atribuir ao preparo físico se um jogador profissional, aos 15 minutos do primeiro tempo, já não mostra nenhuma competitividade.
Com o placar aberto, o Inter deu espaço, como sempre, e novamente Keiller prejudicou o time, desta vez se posicionando mal, de forma a não ver o chute, e pular no vazio. Lucas Lima bate bem na bola, mas não tem um chute forte, nem mesmo é conhecido por gols de falta. Daquela distância, quase ninguém mais faz gol de falta, encobrir a barreira e fazer a bola cair é para muito poucos hoje em dia. Daí o goleiro querer cobrir o canto da barreira, se posicionando sem visão do chute, é muita falha.
Mesmo com o empate, o Inter seguia no jogo. Mesmo com a inoperância de L A, o Inter tentava os ataques, tinha troca de passes e controlava o Santos no ataque, só não conseguia concluir, até porque praticamente com um jogador a menos, as dificuldades no ataque seriam evidentes.
Aí vem o segundo tempo e a incoerência. Se o time cansa no 442, imagine no 433, com menos proteção da zaga e do meio. E foi isso que Mano fez, colocando em campo Jean Dias, tirando De Pena. Aí o Santos, que já era melhor, tomou conta do meio campo e passou a pressionar, só não ampliando o placar porque é um time treinado por Odair.
A incoerência não diminuiu com o ingresso de Tahuan, nosso lateral com evidente vocação ofensiva, mas que ora joga na lateral, ora joga no meio, ora joga como atacante, e querem desempenho.
Mano desmontou o time com duas substituições. Ainda assim, no esforço individual, o Inter poderia ter marcado outro gol, mas ficamos no empate, depois de o treinador ficar gritando no gramado para que segurassem o jogo, garantindo o ponto fora de casa, mantra do fracasso.
Mas outro ponto importante que preciso destacar é a imagem que não sei se a TV mostra ou comenta, no jogo de quarta-feira, no momento dos pênaltis, quando Estevão, entre os que terminaram o jogo, e por isso apto a bater o pênalti, sai da linha de jogadores do meio do campo e vai para a linha lateral, com comissão técnica e reservas, que não bateriam as penalidades.
Inaceitável a postura do jogador, e da comissão técnica que não o mandou de volta. Não há lugar para covardes no time do Inter, e posso até aceitar jogadores ruins, mas esse gesto de covardia, com o beneplácito do treinador, não pode passar em branco.
Vejo, ainda, que muitos colocam a culpa na falta de opções do banco, mas esse time que está aí não pode nem levar um gol do América, muito menos não fazer dois ou três no time do Odair. A bengala do elenco só serve para esconder os erros do nosso treinador, que levou uma eternidade para ver o que estava errado, e quando viu, não sustenta o posicionamento correto do time por mais de 45 minutos.
Espero que os reforços de Gabriel, Aranguiz e Valência ajudem o treinador com qualidade, embora acredite que precisamos de mais dois. Sigo com a ideia de que um bom centroavante consagra Wandeson, PH e Alan Patrick, assim como um volante com velocidade reedita De Pena e Bustos.
Um pequeno elogio ao Rômulo, que esbanjou vontade e dedicação na posição que mais faltava no quadro defensivo. Incompreensível que Mano tenha demorado tanto tempo para ver o óbvio.