Mauro Loch

PATERNIDADE MANTIDA

4.8
(17)

O Inter não apenas ganhou o grenal como também venceu o clássico. Foi uma vitória maiúscula dentro de um contexto de desconfiança e pelo histórico de sucumbir nos momentos importantes, fazendo valer a máxima da qual não gosto, grenal não se joga, se ganha.

Não foi uma apresentação futebolística, o time foi pragmático, jogando com Alário visivelmente descontado fisicamente (eu realmente acho que ele deveria parar para recuperar a parte física, pois esteve melhor no início do ano) e Alan Patrick jogando em câmera lenta.

A ausência de Hyoran deixa o time mais técnico, tanto em termos de movimentação como em controle de bola; temos mais passes, mais deslocamentos, e menos chances de o adversário recuperar a bola com facilidade.

O Inter começou bem, explorando Wesley pela direita, onde acho que joga melhor que na esquerda, com o meio seguro e combativo. As combinações entre Bustos, Wesley e Bruno Henrique apareceram, forçando ao ponteio driblador deles jogar recuado na defesa, fazendo com que o time deles perdesse o escape.

Mas a insistência pela direita durou muito pouco, e reduzimos a intensidade, logo depois que Wesley aplicou uma meia-lua constrangedora em Reinaldo. Era um caminho que foi pouco usado, principalmente porque Alan Patrick imprimia pouca velocidade ao time.

O lado direito deles foi bem marcado, as combinações frequentes de Pavon e a ultrapassagem do lateral não deram resultado, senão uma única vez em que Fernando e Vitão batera cabeça, salvos por Fabrício.

O gol veio em jogada de força, seja com o cabeceio de Lucca que gerou o escanteio, seja no drible de Alan Patrick, seja na subida de Vitão, que, fosse o Daronco, marcaria falta em Geromel. A bola desvia no zagueiro antes de entrar, devolvendo os gols espíritas que costumávamos levar nos minutos finais de grenais em outras épocas.

Coudet sabe do déficit físico e fechou a casinha em grande estilo. Igor Gomes e Mercado fazendo uma linha defensiva consistente, sobrando apenas a bola aérea, que ainda oferece sofrimento sem Rochet, mas tem sido eficiente com sustos. Sobrou para Renato fazer o que Abel Ferreira faz com frequência com Gustavo Gomez, colocar um zagueiro para cabecear na área adversária, e já fizemos com Moledo. Espanta a ignorância de nosso imprensa especializada.

O time se fechou tão bem que eles ficaram por 3 constrangedores minutos trocando passes em seu próprio campo sem ter como acionar algum tipo de jogada de ataque.

O resultado se arrastou até o fim, quando poderíamos ter ampliado, com três chances na mesma jogada. Vou destacar Gustavo Prado, esperando para chutar no contrapé do goleiro, bola salva por Geromel. Antes Wesley chutou na trave e depois Aranguiz também.

Ele tiveram uma escapada com o ponteiro driblador que chuta mal, e mais nada. Aliás, constrangedora também a arbitragem, travando as jogadas do Inter. Ficou chato o 4º árbitro apontar lateral para o Inter e o árbitro não atender, e logo depois travar um contra-ataque marcando uma falta vencida pela vantagem em que o Inter seguia com superioridade numérica. Nada pior, contudo, que não expulsar o ponteirinho driblador que chutou Bustos no chão, sem bola, e ainda dar cartão para Bustos.

Mas depois do pênalti marcado para o Flamengo contra o Fluminense, até achei boa a arbitragem.

Agora é tentar manter essa pegada que nos tem levado às vitórias, depois do marasmo contra o Vitória. A necessidade de rodar o time talvez faça aparecer alguns nomes no próximo jogo, pois jogadores como Wesley e Bustos precisam se recuperar. Aliás, se Bustos quer ir embora e não quer mais jogar no Inter, o que precisamos é de mais jogadores querendo ir embora como ele.

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