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Negócios sucumbem às paixões, essa é uma regra construída pela experiência, dificilmente superada por qualquer teoria.

No futebol, a paixão é do torcedor, aquele sentimento que move o time com o grito das arquibancadas e cadeiras numeradas. Torcedor bom é o torcedor passional, que ama o time, jogadores, comissão técnica, todos ou alguns, e odeia alguns com igual intensidade.

A paixão pode estar no jogador, identificado com o clube, que ferve o sangue em cada partida, que não admite perder sequer no sorteio da moedinha. Hoje são poucos os jogadores passionais, crias do clube, rubros em qualquer situação. O profissionalismo pede menos identificação, e não sei se isso é bom ou não.

Mas é certo que a paixão não pode estar no dirigente. Ou melhor, até pode, mas não é admissível que conduza os negócios do clube por paixão.

E a pior de todas é a paixão de dirigente por algum jogador, aí não no sentido carnal, mas na exigência dele no time.

O Inter sofreu com algumas paixões de dirigentes e treinadores. Recentemente, Paulão retornou ao time com Zago, e ontem demonstrou porque não poderia ficar.

Nossos dirigentes também derraparam em algumas paixões inexplicáveis, como Cirino, Rithely, e, atualmente, Moledo.

Há muito tempo que não acompanhava um jogo do Moledo. Zagueiro, normalmente, amadurece com o tempo, acerta o “timing” da jogada com mais facilidade, se posiciona melhor na bola aérea, e, principalmente, cresce com a experiência no futebol europeu, tanto pela compleição física dos atacantes, como pela velocidade do jogo, seja em qualquer país, mesmo na Grécia.

Desde que voltou, Moledo ainda não mostrou isso. Lembro dele como um zagueiro que ascendeu com Dorival, tomou conta da posição pela velocidade (sim, perdeu para Neymar, mas não sei se há algum zagueiro mais rápido que Neymar) e imposição física. Nunca foi técnico, mas viveu um bom momento no Inter.

No seu retorno, não fez nenhuma apresentação boa, pelo contrário, acumulou falhas, fragilidade na marcação, dificuldade na retomada e imposição física sem muito efeito. Velocidade se perde com a idade, mas parece muito mais velho do que é.

A surpresa da parada é a titularidade de Moledo, e no lugar de Klaus, que só havia saído do time por lesão, e, mesmo não sendo um zagueiro exemplar, não estava cometendo falhas individuais nem jogando pior que Moledo.

Não é a primeira vez, a entrada de Ernando ano passado foi da mesma forma, assim como o retorno de Paulão, mas era pra alguma coisa ter mudado com a queda e com o desempenho fraco no gauchão do ano passado. No entanto, Moledo assume a titularidade.

Em campo, não é explicável, assim como não foram as opções por Paulão e Ernando no ano passado, de modo que as razões só podem estar fora do campo, fora da casamata, em um lugar onde as paixões não deveriam comandar os negócios. Quando acontecem, a experiência nos mostra os resultados, e não são bons.

 

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