4.5
(13)

Nestes dois jogos com vitórias, foram os desacreditados que fizeram o Inter ganhar. Moledo, Pena e Alemão, os três com boas atuações, já garantiram 6 pontos e um fio de esperança de bom futebol.

Moledo eu mesmo não achava que se recuperaria, pela idade e forma de jogar; mas, mesmo sendo evidente a falta de ritmo e entrosamento, e um certo descompasso físico que não sei se é pela idade ou pelo retorno de lesão, Moledo dá mais segurança à zaga. Não é um zagueiro de passes, que possa construir jogadas, ou que irrompa alguma linha adversária (embora já tenha feito isso), Moledo é imposição física e ainda tem velocidade. Na nova cara do Inter, esse velho conhecido já é pilar.

O outro ilustre desconhecido, que chegou por indicação do Medina, em uma contratação que ninguém sabia ou esperava, Pena, tem sido o apoio técnico do time. Suas cobranças em bola parada já relegaram nossos antigos batedores à segunda opção, e as faltas voltaram a ter perigo para o adversário.

Pena é versátil, foi razoável como ala esquerdo, foi bem jogando aberto e mais centralizado, cumpre boa função de marcação, tem passe curto e longo, chuta e parece jogar com inteligência. E acerta cruzamentos.

Alemão é o colorado do momento, um centroavante muito criticado porque foi contratado, principalmente pela origem, mas que se entrega em campo, ocupa vários espaços, e alterna boa técnica com jogadas mais toscas, e fez dois gols com um só toque na bola em cada um. Talvez tenha sido o jogador mais desacreditado ao chegar, e o que mais resolveu quando entrou.

Mano já se apresentou mudando o esquema, ainda para privilegiar Edenílson mais adiantado. 0 4141 deixava Ed mais próximo de Wesley, e Maurício mais recuado fechando o corredor. Esse posicionamento foi corrigido na segunda etapa, mudando para o 4231 que jogava com Medina.

O time começou bem, com uma pressão na saída de bola, e uma certa organização na frente, embora a falta de zagueiros com passe razoável fazia com que o time jogasse pela segunda bola no lançamento do goleiro. Nesse ponto, Wesley até fazia a função de pivô, mas era um jogador a menos depois do toque e a construção de jogadas esbarrava na falta de opções e profundidade. Wanderson mostrou muita velocidade (há um lance em que sai com dois corpos de desvantagem e chega limpo com a bola na frente dos defensores) mas nenhum entrosamento, seja atacando, seja defendendo. Embora a companhia de Pena, Wanderson não ajustou a marcação do ala do Flu, e aos poucos o time de Abel, jogando com os dois laterais bem abertos, foi ganhando terreno, mesmo sem levar perigo ao gol de Daniel.

O contra-ataque esbarrava na falta de profundidade. Exigido pela marcação, o Inter tinha apenas a movimentação paquidérmica de Wesley, e poucas jogadas combinadas. Mesmo dominando e controlando o jogo, não ingressava na área com perigo.

No segundo tempo sai Wesley e entra Alemão, o Inter retoma o 4231, com Ed mais recuado, perto de Gabriel, e Maurício mais liberado. A movimentação melhorou, havia mais espaço, e o gol veio em boa hora, no belo cruzamento de Pena, para a antecipação de Alemão.

Abel desmanchou o trio de zagueiros e empilhou atacantes, e o Flu foi mais pra frente escorado na força, mas sem ameaçar, sem criar.

Não foi um jogo maravilhoso. Mercado e Rene tiveram falhas individuais, o Inter não soube conectar com velocidade o meio e ataque, e os contra-ataques não tiveram êxito na própria armação da jogada, até porque seguimos com pouca gente na área adversária.

Mano soube controlar o jogo para manter o resultado, com alterações nos que cansaram, sem abdicar de atacar, sem descuidar a defesa. Ainda terá muito trabalho para implementar sua forma de jogar, principalmente se quiser colocar Edenílson como segundo volante novamente, mas ainda é um time com poucas opções de velocidade, e fundado no jogo com pivô.

A titularidade de Wesley só se justifica pela forma de jogar, mas é um atraso que Medina já tinha constatado. Com David e Alemão, tendo Pena como jogador versátil para o lado esquerdo, mais Taison, são opções que apresentam variedade de nomes, cumprindo ao Mano organizar a forma de dispor o time.

Na parte defensiva, a velocidade de Gabriel e Ed ajudam muito, mas o lado esquerdo da defesa preocupa  pela insegurança e erros individuais.

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