Oitavas – Dia 3
Nenhuma grande surpresa até agora nas oitavas. Nem mesmo a Rússia eliminando a Espanha nos pênaltis, considerando que a Espanha não tinha mostrado muito na fase de grupos e os russos usaram a mesma estratégia que os fez derrotar franceses e alemães.
O melhor jogo das oitavas ficou com França e Argentina, mais por lances isolados do que por um futebol coletivo de ambas as equipes. Gosto muito dos jogadores argentinos, mas a seleção já passou três gerações sem título importante no cenário mundial e parece nunca ter se recuperado do efeito Maradona. Messi, com companhia, faria mais, mas faz algum tempo que não encontra parceria ideal.
Nominalmente, a França tem o melhor time, mas também carece de um jogo coletivo que impacte a audiência, e o lateral achou um gol fantástico, que vai levar muito tempo para repetir, se é que vai conseguir.
O Uruguai mostra a força de dois grandes atacantes decisivos. O gol de Cavani, o segundo, é uma pintura, uma aula de como bater na bola em movimento. De resto, uma defesa bem armada para segurar Cristiano Ronaldo. Portugal até impressionou cercando a área uruguaia, mas CR7 segue sendo um oásis naquela seleção.
Surpresa foi o jogo coletivo da Dinamarca, assustando a Croácia do melhor jogador da copa, até o momento. Modric quase teve seu dia de vilão errando o pênalti, mas é uma máquina de estar em todos os lugares do campo no auge de seus 32 anos. Eriksen segue como referência da Dinamarca, e é outro jogador que atua no campo todo o tempo todo. Seus times têm sorte de tê-los, assim entendida a sorte como uma boa contratação. Os goleiros evitaram alguns dos pênaltis mal batidos, mas, pelo menos, uma defesa de cada foi mérito deles, com destaque para o primeiro batido pela Dinamarca.
O Brasil passou sem grandes surpresas. Alisson fez uma defesa e Tite segue jogando por poucas bolas, mesmo com a qualidade incrível de seus jogadores. O momento da seleção parece ser de servir Gabriel Jesus para um gol, dividindo as preferências com Neymar, e quem resolveu foi William, que até agora não tinha justificado a titularidade.
Jogaremos sem Casemiro, mas o time recua todo com Jesus auxiliando a marcação de Felipe Luis, e Paulinho sem fazer grande jornada na Copa limita a transição. Embora quase todos com boas jogadas individuais, o Brasil padece do mesmo problema que as demais seleções até o momento, a falta de um jogo coletivo que impressione, e acredito que a Bélgica resgate isso com a qualidade de seu trio ofensivo.
A armadilha do Osório com jogadas em velocidade sobre o Fagner até daria resultado se a zaga do Brasil não estivesse em noite muito feliz nos cortes dentro da área, e, como contra a Alemanha, o México não conseguiu concluir na maioria de suas escapadas.
Agora é esperar possivelmente a Bélgica, para o jogo talvez mais técnico da Copa.