4.3
(8)

Não assisti ao jogo, consegui ver uma parte dos melhores momentos estendidos e aqueles de youtube, com 5 minutos. Aí dá pra ver alguns lances, mas sem contexto.

Então, descontem do texto essa situação.

É o quarto empate no Brasileiro, dois em casa, dois fora, mas três contra times que considero mais fracos, onde as vitórias em casa e fora são obrigatórias para qualquer pretensão. O campeonato ainda está embolado, ninguém despontou ou apresentou constância (exceto o Fortaleza que apresenta regularidade ruim), mas o momento era de fazer pontos.

Pelo pouco que vi, Mano usou três volantes e adiantou Edenílson de novo, mais para o 4141 do que para o 442. A Patrick era para ter mais dificuldades mesmo, e será mais marcado. Mano não optou por Maurício, mesmo jogando com Gabriel e Liziero. Não foi um time misto, poupados apenas Pena e Rene, ou seja, o lado esquerdo do time.

Era sabido que a troca de Pena por Liziero tiraria o ímpeto do time, por mais que Pena tenha atuado “recuado” em outros jogos, tem a característica de chegada na frente, que Liziero não tem. Aí, pouco compreensível jogar com Edenílson, que mostrou não ter qualidade para jogar mais na frente, com outros dois volantes.

A escolha de Moisés era pedra cantada, assim como seu fracasso. Do pouco que vi, Moisés tem dificuldade em dar fluidez às jogadas, e não consegue ter ritmo para pressionar o adversário, além de um costumeiro excesso de faltas. Não vi a falta cometida que deu origem ao gol, apenas li que foi desnecessária, lembrando Rodinei.

Houve falha de Daniel, parecida com a de Chapecó contra o SP no ano passado. Chute forte no lugar do goleiro. Dava pra pegar,  ou rebater, e parece que a falha foi essa, indecisão sobre o que fazer, e não fez nenhuma nem outra. Goleiros falham, e essa não foi por falta de técnica, e sim por falta de concentração. Daniel precisa melhorar isso, e jogar todo jogo como se fosse uma final.

Só que o problema segue o mesmo, não fazemos gols. Posso estar enganado, mas é o quarto jogo em que temos uma bola rasteira no meio da área, em torno da marca do pênalti, que não conseguimos acertar o gol. Desta vez foi Wesley, o centroavante que prepara as jogadas mas não consegue finalizar.

Seguimos não fazendo gols, e repito que, com três volantes no time, essa é a tendência, pelo fato de serem volantes, nada mais que isso. Aliás, o fato de termos atacado pouco pelo lado direito diz muito sobre isso.

Mano escalou mal contra um time que não é forte, mas a prevalência da ideia de que empate fora de casa é bom resultado certamente conduziu a escolha do time. E depois, empilhar atacantes segue não sendo solução, nem para Guardiola.

Entendo que Mano colocou Wesley antes do pênalti, mas depois, o time se posicionou mal, e Alemão e Wesley bateram cabeça. Pena ingressou para dar organização ao time, e conseguiu (a maior parte do compacto estendido que vi foi entre os 8 e 40 minutos do segundo tempo), e está se tornando jogador fundamental para o time.

No entanto, nos falta alguém que faça os gols, mesmo os mais fáceis. Há um alento na criação de jogadas, com Wanderson, A Patrick, Bustos pelo lado direito, Pena e Renê, mas cada vez parece mais claro que o Inter precisa de um finalizador para essas jogadas, ou alguém que se posicione melhor no ataque. David, que é atacante de lado, por mais que Mano tenha dito o contrário, até quebra o galho no quesito movimentação, mas peca demais na escolha das jogadas perto do gol, inclusive finalizações, e nos falta um cabeceador efetivo.

Antes de qualquer contratação, Mano ainda não testou Cardorini na função, e penso que deveria fazê-lo, exceto se razões extracampo não recomendarem; e não por achar que Cardorini possa ser a solução, mas porque foi o único ainda não testado desde o ingresso de um ponta efetivo e mais jogadores de armação e aproximação, como Pena e A Patrick.

Enfim, um jogo que, acredito, tenha acabado com qualquer dúvida sobre a titularidade de Renê, e que mostrou que a deficiência de finalizações não era um problema do Medina, mas algo que habita o próprio Inter, e que fica prejudicado quando escalado com três volantes, seja lá qual a função que exercerem.

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