NERVOSO
Sim, o Inter é atualmente um time nervoso, e a expressão disso foi o carrinho despropositado de Lomba. Digo isso analisando o lance não pelo fato de ter ou não atingido o adversário, mas porque o carrinho o levava a pegar a bola com as mãos fora da área, em uma jogada já dominada pelo Inter. Desnecessário, consequência de um time nervoso, no mau sentido.
O início do jogo até foi promissor. Meio formado por atacantes móveis e com fôlego, e a primeira jogada com ultrapassagem de lateral e conclusão dentro da área de um jogador escalado como meia. Mas foi só isso, e só isso durante o jogo todo.
Claro que a posição dos jogadores escalados lançou um pouco de otimismo, mas os nomes escolhidos pelo treinador não oferecem muita coisa, e não é de agora. Ressalvas a Neilton, que não jogou nada em nenhum momento no jogo, mas vinha de boas atuações contra o galo e contra o Bahia.
Já os outros dois que compunham a linha de três têm um histórico improdutivo, nulo, seja atacando, seja defendendo.
O que se viu após o primeiro lance foi um time organizado para marcar, mal organizado, com peças que não sabem fazer o que lhes foi proposto. Parede não fazia a menor ideia de onde se posicionar, se pelo meio, se marcando o lateral, e não fazia ideia de quem marcava na ultrapassagem dos laterais, a única jogada do grêmio. Wellington Silva conseguiu ser pior, pois sequer conseguia marcar o lateral Galhardo em qualquer jogada.
Ofensivamente, a produção ficava com os balões para Guerrero, isolado, sem posicionamento do meio para a segunda bola, a tal casquinha pra frente é um desatino, e a parede não encontrava jogador para receber a bola, também pelo sumiço de Neilton, totalmente mal posicionado e omisso.
O gol veio de uma bola parada, na jogada preferencial do grêmio desde Mano, uma falta na intermediária lateral, causada por mais uma bola perdida por Parede. A bola é sempre levantada no mesmo local, e é um dos motivos pelo qual peço a saída de nossos dois goleiros. Saída do time e do clube, já que do gol não saem mesmo.
Observem a distância que Geromel está do local onde cabeceou a bola, e a distância que Lomba está, e vejam por que nessas bolas é sempre o goleiro que tem que pegar, ainda mais com as mãos. E não foi uma bola rápida.
No segundo tempo D’Ale entra e o time melhora muito, não porque entrou D’Ale, mas porque D’Ale faz um movimento óbvio, mas que só ele faz no Inter, não sei se por orientação do treinador ou porque ele joga assim e os outros não. D’Ale recua para receber a bola na intermediária, de frente para o gol, e não de costas. Neilton faz isso uma única vez, mais pela lateral do campo, com menos espaço. Ai o Inter passou a ter um pouco de inciativa, mas a companhia definitivamente não ajuda. Parede e WS se movimentavam pouco e com medo de avançar, e não sabiam o que fazer com a bola. Lindoso e Edenilson também pouco se aventuravam, fruto de um esquema de jogo que optou por marcar mal, como vinha sendo com Odair, só que com outras peças.
Isso funcionou até a expulsão. Aí o time resolveu fazer o que pedimos há séculos: duas linhas de quatro, compactas. O grêmio só funcionou contra essas linhas pela superioridade numérica. Agora imaginem essas duas linhas de quatro marcando e mais um jogador de qualidade na frente, com Guerrero. O óbvio não faz parte do Inter.
Depois da expulsão de Lomba, o domínio foi do adversário, que rodava a bola esperando uma chance. Zé Ricardo chamou Patrick e o gol veio como um belo e merecido castigo. Não vou culpar Danilo, a bola era defensável, mas nosso goleiro está sem ritmo de jogo mesmo. O castigo é merecido por escolher um volante quando o time precisava de um gol, com Nico e Sarrafiore no banco.
Os erros do Inter apareceram com mais vigor ontem. Bruno jamais deveria ter vindo, Uendel ainda é melhor que Zeca, WS não tem velocidade, drible ou conclusão, e Parede é jogador para jogar sem marcação, e não assusta ninguém. Prefiro ver e rever os gols perdidos por Nico do que chance nenhuma criada por estes dois. O esquema de balão pro Guerrero deve ser abandonado urgentemente.
Não vale a pena falar do pênalti que achei ter visto em Edenislon, e do árbitro dominado pelos jogadores adversários, isso não influenciou o resultado e o desempenho horroroso do Inter. Muita coisa deve ser revista para o ano que vem, mas parte de uma premissa de mudança, e não tenho certeza de que a diretoria gostaria de mudar. Isso ficou muito claro na opção de colocar um time cheio de atacantes com função de defender.