MENOS DO QUE PODE

Novamente um jogo ruim, bem abaixo das expectativas, mesmo considerando que Mano testou nova formação e Baralhas ainda não está entrosado.

Embora todos estejam falando do campo, em péssimas condições, o que impeliu o time a um tipo de jogo que não tem praticado, a vitória poderia ter acontecido, até porque deixou de acontecer por erros de nossos atacantes.

Ao optar por três atacantes, um volante e dois meias, obviamente recuando mais De Pena, Mano deixou o time previsível, na medida em que as jogadas passariam por Alan Patrick, principalmente do meio para frente, de forma que a marcação concentrada neste jogador deixou o time com poucas opções de construção de jogadas.

Aí também o gramado ruim forçou um jogo de bolas longas, mas bolas longas contra um time recuado, não tendem a dar certo.

O time demorou para entender o que fazer em campo com possibilidade de dar certo. Embora PH jogasse pela direita, estava sem apoio, visto que Mario Fernandes entrou com tarefas muito mais defensivas, e mostrou entrosamento zero com PH.

Isso ficou mais evidente com os ingressos de Johnny, Maurício e Bustos, acostumados a jogar pela direita, e juntos, criando, em poucos minutos, muito mais jogadas que o resto do tempo.

Claro que é uma alternativa, Bustos é titular, mas assim como o resto do time, não vai jogar todas, e Mano precisa testar isso em partidas, não em treinos.

Antes disso, ainda no primeiro tempo, Wanderson errou gol feito entregue por Alemão, em boa jogada dentro da área, mas o atacante cabeceou fraco e no meio do gol. O passe foi tão bom que Wanderson poderia ter dominado e concluído.

Depois ensaiou belíssima jogada com Alan Patrick, e entregou gol ao PH, que chutou desequilibrado. PH, como centroavante, não reconheceu o lugar do passe do Wanderson.

Na defesa, um jogo sem arremates. NH só chegava em erros do Inter, e, mesmo assim, Keiller esteve nervoso novamente com a bola para ser jogada com os pés ou com possibilidade de recuo. Parece que não conversa com os zagueiros, e está de frente para o jogo.

Pouco mudou no segundo tempo até o ingresso de Maurício, depois Lucca e Estevão. Johnny e Baralhas jogaram juntos, mas a falta de entrosamento ficou evidente; o jogo fluía pouco. Sem De Pena, Renê procurou mais jogadas pelo meio, e um impedimento mal marcado salvou Maurício de um erro, o mesmo que Wanderson cometeu no cruzamento de Bustos, mas estava impedido.

Depois a injustiça da noite, a jogadaça de Alan Patrick, costurando toda a linha defensiva do Nóia, mas concluindo no goleiro, que foi ajudado pelo poste impedindo o que seria o assunto de todos os programas esportivos de hoje.

Mas futebol não é justo, e ganha que faz gols, e o Inter errou as oportunidades que criou.

Ainda penso que temos 11, 12 jogadores, e que temos, com esses, um bom time, capaz de enfrentar qualquer dos adversários no Brasil; se todos jogarem o que sabem o tempo todo.

Contudo, sabemos que isso não vai acontecer, e, mais, haverá partidas em que o time precisará de alternativas, e hoje ele não tem. Precisamos de um centroavante, não porque ache Alemão insuficiente, mas porque é o único até o momento, e vem jogando muito abaixo de como terminou o ano.

Precisamos de um meia e um volante, e precisamos de um atacante pelo lado, qualquer deles. Maurício faz essa função, mas sem velocidade, é um jogador que constrói bem as jogadas e se entende com Johnny e Bustos, mas também pode jogar como Alan Patrick joga. Ontem ficou visível que Mano esgotou as alternativas de velocidade com Wanderson e PH no time, e, precisando mudar, chamou a velocidade de Bustos, precisando trocar mais dois jogadores para isso.

Nem digo que essa será nossa forma de jogar, creio que PH e Wanderson se alternarão como titulares, e que quando Mano achar um volante (que pode ser Baralhas), vai retomar o que deu certo ano passado.

Contudo, repito, só o que deu certo ano passado não será suficiente esse ano, por isso insisto que acho que estamos atrasados nas contratações.