4.8
(22)

Foi um jogo de imposição do Inter, e não apenas de controle como contra o Fortaleza.

O time teve a bola, controlou o jogo e o adversário, que não conseguiu fazer nada. Certo que o Cuiabá é candidato ao rebaixamento e pareceu conformado com isso, mas esse sentimento veio muito a partir do jogo do Inter, que bloqueou todas as jogadas.

No primeiro tempo, o Inter teve 56% de posse, o Cuiabá os outros 44%. Considerando um jogo com poucas faltas, é possível dizer que teve 38, 40 minutos de bola rolando, com bastante otimismo, e vamos considerar que o Cuiabá ficou com a bola por 18 minutos. O Inter teve 15 desarmes no primeiro tempo, ou seja, o Cuiabá ficava com a bola não mais que um minuto.

A intensidade foi bem alta no início do jogo, e pena que não se converteu em gols, e precisamos de um pênalti para abrir o marcador, depois de chances perdidas por Borré e Bernabei, esta última uma lástima pela jogada muito bem construída.

Depois veio o golaço de Mercado, sacramentando o jogo ainda no primeiro tempo.

O time perde velocidade com Alan Patrick, mesmo quando cai nas pontas, não imprime velocidade como Gabriel ou Tabata, mas o time ganha na qualidade do jogador, que desfila dribles e passes inesperados, inclusive inspirando os outros a tentarem jogadas mais trabalhadas.

Não foi um jogo que precisamos de zagueiros ou goleiros, mas Fernando é um diferencial imenso no meio, não à toa que o time tem controlado os jogos em que atua. Seu posicionamento é absurdo, antevendo onde a bola sobra, onde o adversário vai, e parece estar sempre presente em todo o meio, além de distribuir o jogo com facilidade.

A partir dele, o time joga pelos dois lados, sendo que a individualidade de Wesley se destaca, chamando a marcação.

Meu destaque foi Bernabei, ganhando absolutamente todas as disputas, jogando com velocidade e força, sem arriscar na saída de bola, que praticamente não houve, pela recuperação da bola e controle do jogo.

Tiago Maia que destoa do time no passe, embora tenha se destacado na marcação. Não é um meia para construir jogadas, e talvez Roger pudesse ter arriscado ser mais ofensivo.

Ainda acho Gabriel aberto pela direita um desperdício, o guri cai de produção no lado, embora esteja se entendendo mais com Bruno Gomes, mas depois dos dois jogos do Alan Patrick, vai ficar difícil mudar o posicionamento. Eu tenho repetido que Wesley poderia e deveria ser testado pela direita, tentando Gabriel pela esquerda, o que acredito combinaria mais com a velocidade de Bernabei e jogar com a perna trocada favoreceria o passe mais longo, coisa que o Inter ainda não mostrou.

É fato, pois, que Roger tem um problema com vários jogadores para as mesmas posições, coisa rara no Inter.

No segundo tempo, quando administrou o jogo, os ingressos de Prado e Bruno Henrique deram nova vitalidade ao time, construindo o terceiro gol. Prado era meia, e já tinha jogado muito bem como meia, e tem sido usado pelos lados, onde tem jogado bem tanto na esquerda como direita, só ainda não fez uma boa apresentação começando um jogo, o que lhe falta.

Os ingressos de Valência, Wanderson e Renê foram protocolares, quando o time apenas administrava o desencanto do Cuiabá.

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