4.8
(13)

Eu tenho muito mais vontade de ver jogos do Inter sem Edenílson, e parece até perseguição com o jogador, mas o time parece que flui mais, que desenvolve melhor as jogadas e por ambos os lados, ainda que preferencialmente por onde tenha mais gente.

O mapa de calor do time mostra a concentração no lado esquerdo, justificável, na medida que o extrema joga por lá, mais De Pena, Renê apoiando e Alan Patrick também cai mais para aquele lado, e, com Maurício, é outra opção que por vezes cai para o lado esquerdo.

Mesmo Maurício sendo canhoto, também aparece mais na frente pela direita, e se entende melhor com Bustos. Ainda que Johnny tenha que ficar mais restrito na marcação nessa função de volante, nas raras vezes que Alan Patrick desce pela direita, há troca de passes e tentativas de infiltração, sem contar que, no contra-ataque, Maurício oferece mais opções de passe.

Não quer dizer que tenha sido um jogo maravilhoso. O Inter, no primeiro tempo, controlou o jogo, mas as duas finalizações vieram do volante Johnny, em um cabeceio com o goleiro batido, e em chute pelo lado esquerdo em jogada individual. O Inter até criava jogadas, mas o passe para a área ou cercanias, não estava funcionando.

Muito porque o Aflético de Felipão veio para  marcar, deixando apenas um jogador na frente e esperando o Inter no seu campo. Felipão é mestre em congestionar o meio e travar as opções do adversário, e ainda promoveu marcações individuais, fazendo o ponta marcar Bustos, e o volante marcar Alan Patrick.

Quem mostrou capacidade no 1×1 foi, novamente, Pedro Henrique, que vencia os duelos individuais com o bom lateral direito deles, e o Furacão não conseguia jogar nem mesmo quando recuperava a bola. Só a partir dos 30 minutos é que conseguiu armar alguma jogada.

O segundo tempo veio diferente, marcação mais alta e assumindo um pouco de riscos, já que o placar não lhe favorecia. Ainda que em erros individuais nossos, o Aflético levou perigo ao gol de Keiller, e a postura era de quem queria jogar além de se defender.

Óbvio que os espaços apareceriam, e, numa bola parada, depois que o time, com De Pena, começou a bater escanteios para o meio da área, veio o gol de Pedro Henrique, que realmente merecia, sendo o diferencial do Inter até aquele momento.

Em seguida, Vitão descobre o espaço, dá uma cavadinha no deslocamento de Alemão (que já tinha feito no primeiro tempo), vem o cruzamento e A Patrick ajeita para o chute certeiro de Maurício.

Mesmo com o placar perigoso, o Inter controlava o jogo, e em belíssima jogada de Wanderson, pela direita, A Patrick deixou de matar a partida. O perigo que sofremos veio de uma falha de Keiller, e de um chute de longa distância. O Inter estava mais perto do terceiro que de sofrer gol.

Taison, que havia entrado bem nas partidas anteriores, veio muito mal para o campo, sem conectar as jogadas, sem dominar a bola. Não dá pra dizer que o Inter sofreu pressão, mas esteve perto disso, já sem conseguir ficar com a bola. Romero fazia marcação diferente do Alemão, Wanderson não recuava tanto, e o meio não bloqueava as jogadas, mas o adversário não parecia ter forças para reagir, e o Inter ficou com mais uma vitória, e 67 pontos.

Achei Taison bem fora de forma, principalmente se compararmos com outros jogadores de idade parecida. Mercado e Vitão seguem soberanos, mas ainda acho que Johnny rende mais como segundo volante, deixando De Pena mais livre para flutuar pelos dois lados do meio-campo.

É um time que precisa de ajustes, reforços, mas é uma temporada que se encerra com uma boa base, além de uma espinha dorsal, e com uma ideia de jogo solidificada. Mesmo com alterações, a forma de jogar do Inter segue a mesma, com capacidade de conectar velocidade em contra-ataques e de construir jogadas com o adversário bem postado. É um avanço gigante em relação às outras temporadas.

How useful was this post?

Click on a star to rate it!

As you found this post useful...

Follow us on social media!