3.7
(16)

O Inter não jogou mal, e levou três gols, fazendo um no final do jogo, com um a mais em campo. Levou o terceiro com um jogador a mais.

Se não mostrassem os lances dos gols, quem assistisse pensaria que a vitória foi do Inter, e esse é o maior problema que enfrentamos.

Sim de novo o Inter encaixotou o rival, que pouco viu a bola, e quando tinha, não sabia o que fazer com ela. Mais preocupante é a situação do Inter. Os gols, tirando o terceiro, vieram de lances acidentais, nada de construção. Até porque o time foi bem armado, Campanharo e Johnny deram sustentação ao meio, e Maurício estava muito bem no jogo. Não por acaso que as chances eram do Inter, mas o gol foi deles.

Sim, Johnny perde a bola, e depois Suarez acerta um belo chute, indefensável.

O segundo nasce de um bate-rebate, em que o Inter tinha a bola, mas Tahuan Lara entra fraco na dividida, Vilassanti invade a área e chuta mal, Keiller deixa passar. Até vou dizer que, não fosse gol, talvez Mercado fosse expulso e marcado pênalti (não lembro se dentro da área).

Perdendo, o Inter seguiu jogando melhor, mas aí qualquer análise vai por água a baixo, pois o resultado era confortável para o time que queria se defender e explorar contra-ataques.

E está bem confortável jogar contra o Inter sem a bola, pois nossos atacantes não acertam o gol.

Johnny acertou a trave na boa jogada, e única, de Luiz Adriano, que, dentro da área, errou duas conclusões que nenhum centroavante de respeito pode errar, e Johnny, novamente, chutou encima do zagueiro, Alemão também. Alan Patrick e PH erraram o gol que Suarez fez, e Wanderson provocou acho que a única defesa do goleiro.

Não é possível errarem tantos gols, não é possível que sequer testem o goleiro adversário.

Com a justíssima e tardia expulsão de Kanneman, Mano desmontou o time. Se o adversário joga com um a menos, a recuperação da bola é mais importante para a pressão do que a presença na área. E Mano tirou o único zagueiro com velocidade do time. O desmonte foi tão grande que corrigiu com o ingresso de Nico depois.

Lucca, que sempre entra bem, não ingressou, porque Jean Dias, que até o momento nada produziu no Inter, foi a campo novamente. O novo atacante segue sem chances. PH já era lateral e o Inter seguia perdendo chances, até o gol e o tempo se esvaírem.

Porque Gustavo Grossi? Porque é dele a responsabilidade de mudar a postura da base, e espero que tenha feito isso nesses três anos, porque os egressos da base do Inter têm problemas sérios de postura em campo.

Johnny perdeu a bola, ok, passe meio ruim, mas depois disso, defesa desarrumada, faz a falta. Claro que para isso precisa confiar no goleiro, que se tornou um medroso sem igual, indeciso até para sair em bola atrasada pelo zagueiro. Moledo passou o jogo todo tentando sair jogando, mas Keiller preferiu sempre se livrar da bola, e quando o zagueiro implorava uma aproximação para um recuo, era omisso.

Não se perde dividia em grenal, principalmente na frente da área. E se você é o volante, não disputa bola pelo alto no campo adversário, faz falta.

Nossa base tem técnica, alguns bem acima da média até, não chegaram e sobreviveram até ali sem esse quesito, mas isso praticamente todos têm, o que falta é postura na hora decisiva, e não bater pênalti com dois passos da bola. Nossa base, no profissional, parece juvenil. E Grossi veio para mudar isso, que talvez vejamos nos anos seguintes.

A direção optou por montar um time no segundo semestre, mesmo quando todos diziam que a carência de um finalizador e de um volante eram prementes, mais que qualquer outra contratação. E a direção não o fez, e paga o preço bem caro da inércia.

Mano até montou o time bem estruturado, achou Rômulo na lateral, com vitalidade para avançar e marcar. Campanharo apareceu sempre para a saída de bola, e Alan Patrick e Maurício se mexiam bastante, confundindo a marcação. Daí para frente, o time para. Preparar jogadas para Luiz Adriano é perda de tempo, nem chute no gol tem acertado, e PH até tem vontade, mas precisa de um finalizador, que Alemão foi ano passado, para ter espaço.

Só Mano não vê isso, e se recusa a mudar, e, quando escrevo, sei que ainda é o treinador, e que será na quinta, quando cometerá mais erros. Não foi demitido contra o Caxias, quando era o momento, mas o que esperar da direção que monta o time para o segundo semestre?

How useful was this post?

Click on a star to rate it!

As you found this post useful...

Follow us on social media!