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O problema dos teóricos é que sempre acreditam que a teoria supera a realidade, e se não acontece, é porque algum fator que não conseguem explicar ocorreu.

Roger é um teórico, sempre foi enaltecido por isso, leitor, observador. E todo teórico faz escolhas porque acredita em sua tese.

Aí quando Roger diz que T Maia e BH são meias, e não volantes, é possível entender o que faz no time, e o futebol não acontece por fatores que não consegue explicar. Roger também vê Prado como segundo atacante, mesmo que nunca tenha conseguido posicionar um segundo atacante no time do Inter. Contra o Maracanã ou Mirassol, Prado deu dois passes pelo meio de uns quatro jogadores, mas a tese é que ele é  segundo atacante, jogando aberto pela ponta, sem fazer nenhum tipo de infiltração cruzada no jogo todo.

E Roger, desde que se perdeu, não consegue mais montar um sistema defensivo mínimo, muito em razão do posicionamento dos volantes e “meias”, e dos atacantes e segundos atacantes, além da movimentação deles. Por isso laterais adversários cruzam com facilidade, os treinadores viram isso e estão usando; só Roger não viu.

Além disso, Roger tem feito escolhas erradas para posições óbvias. Insistiu em Valência como referência, perdeu Borré por lesão, e, em um jogo que rifou, usou o único atacante que restava, mesmo tendo sentido e pedido para sair em outro jogo recente, até que se lesionou. Não é só azar.

Claro, temos que dizer que há coisas que Roger não sabe fazer. Além de segundo atacante, o time do Inter não consegue fazer pressão contra adversários retrancados. Isso significa jogar com menos jogadores defendo, e mais gente na área. É arriscado, claro, mas o que interessa é o resultado, não a tese, pelo menos para o clube.

Roger conseguiu fazer uma pressão contra o Nacional e Maracanã, na base da torcida empurrando o time, na base da vontade, em que a formação tática foi pro ralo. Contra o Nacional, à beira da vitória, Roger retirou a força ofensiva por um lado, e se conformou com o empate, com medo da derrota.

Aquela vitória significaria rifar o jogo contra o Atlético Nacional, mas a tese de não gostar de perder falou mais alto, e desde essa tese, estamos empatando e perdendo, em vez de ganhar.

O time do Sport é muito ruim, não tem ataque, não tem defesa e não tem meio, fizeram um gol em uma falha de Anthoni, e ficaram esperando o Inter empatar e virar, mas como o Mirassol, só empatamos, porque não conseguimos pressionar.

Eu lembro o que o River fez em Buenos Aires no segundo tempo do primeiro jogo. Mantinha a bola em jogo o tempo todo, laterais cobrados rapidamente, faltas também, e insistência em conclusões. O Inter não respirava.

Roger permite que adversários ruins respirem, porque não sabe jogar com pressão, e aí o jogo desaparece na tese da paciência de trocar passes laterais. Já notaram que o Inter nunca vira o jogo, sempre, para de uma lateral a outra do campo, são necessários uns três ou quatro passes? E que o gol só saiu porque T Maia deu um passe um pouco mais longo para Prado?

Nosso problema passa muito por posicionamento, e Roger perdeu esse posicionamento quando resolveu empatar o grenal, e nunca mais recuperou. Não acho que demitir seja a solução, no momento. Ao que tudo indica, fizemos um preparo físico para esgotar no gauchão, e estamos sofrendo com isso contando com a parada grande do meio do ano.

Espero estar certo, e que esse tempo possa recuperar a confiança do treinador.

Alguns jogadores também precisar recuperar sua desconfiança, e deixar de se acharem craques. Ronaldo foi lastimável ontem, e nessa lista de jogadores que deixaram de fazer o simples para enfeitar, estão Romero, Tabata, Bernabei, T Maia e Luis Otávio, além do próprio Ronaldo.

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