É OS GURI
Hoje “é os guri de novo”, em casa, contra o São Luiz, até o momento time do gol mais bonito do ano.
Mas a ideia não é falar do time do Fábio Mathias, que ganha os acréscimos de Yuri Alberto e Peglow, mais eventualmente Maurício, e que talvez jogue em um 433 mais definido. Não sei se Miguel Ramirez já conversou com o Fábio para ajustar o esquema, mas a escalação sugerida já aponta um time com dois jogadores mais espetados pelas pontas, o que só o comportamento do campo dirá.
Os guris, no entanto, ganham um reforço vindo do River Plate, como coordenador da base, antes ocupada pelo profissional que Rodrigo Caetano levou para o Atlético Mineiro. O tempo dirá se nos fez um favor, porque não acredito que seria trocado.
O River ostenta uma expressiva marca de bons resultados com jogadores provenientes da base, sem grandes contratações, mesmo com boas premiações de Libertadores e venda de jogadores, e manteve, no profissional, um certo teto salarial bem compatível.
Para quem tinha alguma dúvida que a nova direção iria olhar a base com outros olhos, essa parece uma atitude tão importante quanto a contratação de um treinador que, segundo informações, também gosta de trabalhar com jogadores da base.
Claro, tudo isso ainda são especulações, pois o novo time sequer está treinando ainda e são muitas notícias de negociações de chegada e saída, com confirmação apenas de nomes periféricos, como as saídas de Jussa e Zeca e empréstimos de goleiros.
O time que jogou o ano passado tem uma base formada e jogadores da base em quase todas as posições, sendo a maioria reserva. A evolução desse ano é que mostrará alguma boa opção pela base ou apenas uma alteração tática. Como teremos calendário apertado, novamente, acredito que a escolha do treinador seja a utilização de rodízio, dando chances aos guris emergentes.
A forma como isso será feito também é importante. Hoje temos um time sub-20 jogando, mas a mescla com os profissionais mais experimentados penso ser a melhor alternativa.
De qualquer forma, não é um trabalho do qual se espera resultados imediatos, nem mesmo em números de jogadores aproveitados. Talvez o Santos tenha essa tradição no Brasil, e só, o que indica um caminho de transição, com uma base voltada ao suprimento do time principal, reforçado por contratações pontuais.
Animador, ainda que saibamos que a cultura arraigada é de múltiplos empresários influenciando na formação dos times da base. Talvez a vinda de um profissional experimentado e de sucesso na construção de uma base que sirva ao time principal, e alheio ao mercado brasileiro, proporcione essa mudança que acredito todos querem.
Especulações, por ora, só isso, nutridas por esperança de que vimos ser esse o único caminho.
Enquanto isso, que os guris façam bons jogos, ganhem confiança e, no mínimo, assustem o time principal.