DOIS TEMPOS

Foi jogo e dois tempos distintos, um de cada treinador, um de cada time.

No primeiro tempo, o Inter não apenas dominou como perdeu diversas chances desde o primeiro minuto. David perde, no mínimo, três boas oportunidades, seja de conclusão, seja de ataque.

O Inter era melhor, atacando pelos dois lados, defendendo bem contra o Corinthians que não conseguia criar ou finalizar. É um time que tem qualidade e até velocidade, mas, tirando duas oportunidades, não conseguiu jogar.

Méritos do Inter, que segurou um jogo rápido e ofensivo, sem marcação no campo adversário ostensiva, mas que complicava o passe. O lado direito deles, com William e Roger Guedes, foi muito bem marcado, Vitão e Bustos, auxiliados por Edenilson, conseguiam bloquear as investidas.

O primeiro gol foi uma pintura, e um cala boca naqueles que acham ser o balão e briga pela segunda bola a melhor opção de sair jogando. Claro, colabora muito ter um jogador inteligente como Pena articulando o meio, um jogador rápido pela ponta e meias que ingressam na área. Uma conjugação de fatores que transformam o gol em mero detalhe.

O Corinthians até que se açanhou, parando em Daniel, mas o gol veio novamente em bola aérea, e pior, em bola jogada para a área de qualquer jeito. Eram dois adversários em cima do Daniel, e nenhum nosso.

O Inter, dessa vez, não se abalou com o gol, e seguiu melhor, mas sem o mesmo ímpeto. Quando se encaminhava para o empate antes do intervalo, David fez grande jogada, Alan Patrick, de novo dentro da área, cabeceou para defesa de Cássio, e Wanderson, dentro da área, concluiu.

Fiz questão de mencionar o “dentro da área” porque era raro em anos anteriores termos mais de dois jogadores dentro da área, e o primeiro tempo mostrou que isso é possível, com jogadores que gostam de estar na área. Alan Patrick é meia que gosta de estar na área.

No segundo tempo, Jô ingressou e Mano não soube escapar do estilo que jogo que o português impôs. O Corinthians teve a bola e bloqueou as ações do Inter. O Inter não recuou, foi recuado, e Mano não mudou a postura tática do time, como deveria ter feito. Nem mesmo com as substituições. Penso que deveria ter recuado Edenílson e Pena, e substituído Alan Patrick por Gabriel, formando uma linha defensiva mais ampla, impedindo o Corinthians de mudar o lado do jogo com tanta facilidade, já que os zagueiros estavam marcando Jô.

O escape poderia ser qualquer dos velocistas pelos lados, por um ou dois lados. Maurício poderia ter entrado por um dos lados.

Mas Mano deixou a mesma formação, trocando os jogadores. Levamos um gol quando o Corinthians rodou a bola de um lado para o outro.

A partir daí, só o Pedro Henrique poderia ter marcado na boa jogada de Maurício, e o infeliz episódio do racismo terminou com o jogo.

Sobre isso, Edenílson jamais parou um jogo por conta disso, e se parou dessa vez, é porque ouviu a ofensa. Se ficará comprovado ou não, é outra história. Mas até a postura de retirar o jogador de campo endossa a versão. Pena que ainda exista isso. E pena que não vai acontecer nada.

Nem vou falar de arbitragem porque jogar contra o Corinthians é ser prejudicado sempre; seja na ausência de cartões, seja na interpretação de jogadas, seja em pênaltis não marcados.

Voltando ao futebol, há uma evolução a partir dos novos jogadores, mas a involução com Dourado é evidente. Se a desculpa era a bola aérea, o jogo de sábado deixou claro que não pode ser esse o motivo. Como já disse no outro post, o time com Dourado faz parecer que sempre tem um jogador a menos na marcação. O gol de Jô deixou isso muito evidente, eram 5 jogadores do Inter e 1 adversário na área, e não marcamos nem o jogador da bola, nem quem recebeu.