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Que foram dois tempos distintos, todo mundo já assinalou, viu e conferiu. A questão importante a se colocar é o porquê da distinção.

Inicio dizendo que foram erros consecutivos do Inter, desde a escalação até a postura do time, não no quesito anímico, mas de organização tática, não passou por um lado apenas.

No primeiro lance do jogo, a saída de bola, Patrick estava colocado como ponteiro esquerdo, quase na linha lateral. Esse é o primeiro erro que vem se repetindo, inclusive com alguns elogios.

Patrick é um volante, nada mais que isso. Não é um jogador para segura r bola, de drible, de conclusão, de algum artifício inesperado. Patrick é um jogador comum. Um jogador que fazia o feijão-com-arroz estava tão em falta no Beira-Rio que o primeiro que apareceu virou titular, e isso se apresentou como um  problema no jogo.

O Grêmio adiantou a marcação, e as deficiências do meio apareceram. D’ale mais isolado pela direita, sem parceria, não alcançava a bola, e Patrick não sabia o que fazer com ela. Edenilson até promoveu uma ou duas arrancadas pelo meio, mas também faltou parceria. Ao postar Nico na linha lateral, seu talento some.

O resultado de uma postura tática equivocada foi a presença do Grêmio no meio campo, e do Inter pelas laterais, o que deu óbvia vantagem aos azuis. Depois, colocar Dourado como caçador de bolas não é o mais correto, pois não estava onde deveria e foi facilmente envolvido pelo toque de bola. Em resumo, faltou um jogador no meio campo, que estabilizasse a marcação, e jogamos com 3 volantes.

Bem, no segundo tempo, continuamos com 3 volantes, e Gabriel não é melhor que Edenilson ou Patrick, nem mesmo Dourado.

Mudou o posicionamento tático do time, com D’ale deslocado para a esquerda, onde encontrou em Iago e Patrick a companhia para troca de passes, que não existiu com Dudu e Nico. Nico saiu do isolamento da direita e passou a flutuar pelo meio, esquerda e direita, e abriu espaços para Gabriel (que fez sua melhor partida) investir pelo lado, coberto por Edenilson. A saída de bola ganhou Dourado mais recuado, entre os zagueiros, chamando a aproximação dos meias, dando mais opções que somente a saída pelas laterais do primeiro tempo.

Aí o Grêmio da bola no chão passou a dar balões seguidos, que sempre eram do Inter, ao contrário do primeiro tempo em que perdemos todas as divididas no meio. Era um jogo de um campo só, e a ineficiência há muito tempo detectada novamente apareceu.

O que se pode tirar do jogo são lições do que não deve ser feito. Imaginar Patrick e Gabriel como jogadores habilidosos, capazes de sair jogando sob pressão é um grave equívoco que não pode se repetir nos próximos clássicos.

A lateral segue um problema, talvez resolvido pela chegada de Fabiano, que, se jogar metade do que jogou na Chapecoense, vira titular absoluto. O problema é que não vinha bem, mas lembro dele como um bom jogador. Não vejo como boa solução deslocar Edenilson.

Os grandes defeitos que vejo no time são de conjunto, pois precisamos levar gol para acordar (embora no primeiro gol azul seguiu-se uma bagunça), ou voltar do intervalo, e esse foi um mérito do Odair, apagado pelos erros de posicionamento do primeiro tempo. E jogar sem velocidade. Por fim, precisamos saber fazer faltas. As nossas jogadas pela esquerda muito esbarraram em faltas do Ramiro, na linha do meio campo, não punidas por uma arbitragem que se revelou tendenciosa. Nossas faltas foram próximas da área, ou dentro dela. Já perdemos uma libertadores (classificação) por não fazer faltas (Martinuccio saiu ileso) e precisamos aprender a fazê-las, no momento certo, no local certo.

Passado o jogo, a grande pergunta que fica é: Podemos jogar como no segundo tempo?

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