DETALHE
Esperar o quê desse time? Acho que nada mais do que apresentou.
Vamos lá, temos um goleiro que não sai do gol, quando sai, erra, e a cada atrasada de bola é um fio branco a mais nos meus escassos cabelos.
Temos dois laterais jovens, que apoiam e marcam, e uma defesa que tem se mostrado suficiente no bloqueio dos times adversários, e temos um meio campo encarregado de destruir as jogadas alheias, e que vive de rompantes ofensivos, terminando por um ataque com uma dificuldade imensa de dominar a bola em qualquer situação, mais ainda em frente ao gol ou próximo dele. Nossos atacantes não tem números bons há muitos jogos.
Não dá pra esperar muito, estamos muito bem colocados para o que temos e renovo a sensação de que atingimos o teto de nossas opções táticas.
As entradas de Rossi e Nico, e até Juan, estão óbvias e não mudam o jeito de o time jogar, apenas mudam as peças, uns com mais técnica, outros com mais fôlego.
Nem falo de mudar as peças, isso parece descartado, exceto por cartões e lesões, e, mesmo assim, a tendência é que assumam outros com as mesmas características.
Não quer dizer que foi um jogo ruim contra o Sport. Os pernambucanos foram favorecidos pela regra de não colocar os emprestados pelo Inter, mas têm um time arrumadinho, não muito diferente do nosso, e criamos algumas chances.
Iago entrou a dribles e errou a finalização (a terceira no Brasileiro), Damião cabeceou mal na única jogada do Pottker, Patrick meio que concluiu, meio que tentou cruzar, e Pottker, bem…, todos viram o que fez na contribuição do Edenilson.
Lucca, que vinha bem, rendeu menos, mas força as jogadas e leva o time para frente, e se movimenta bastante. Só precisa melhorar os escanteios. Nico teve sua bola na trave, quem chuta sempre corre esse risco.
Sempre digo que metade do trabalho do atacante é estar lá, os nossos estavam, mas apenas isso. Em suma, fizeram 50% do trabalho, estão na linha da média, e o adjetivo disso todos conhecem. Contudo, não vejo aí o nosso problema, mas na construção de mais jogadas, de mais arrojo e erro. O Fla, contra o Corinthians, não fez muito diferente do Inter, e conseguiu um gol na falha do goleiro, que quis fazer defesa plástica em vez de eficiente, e construiu o gol em uma jogada individual. De resto, foi ataque por bolas aéreas.
Parreira é o autor de uma das frases mais inteligentes do futebol, aquela que já comentei, que o gol é um mero detalhe do futebol.
O Inter não joga pelo detalhe, mas move mundos por um gol. Quando o time joga em busca do gol, organizado, contundente, com jogadores de qualidade, arrojados, o gol vem como detalhe do conjunto. No Inter atual, há muito esforço defensivo, muito esforço ofensivo sem qualidade, quase físico, e o gol parece um detalhe bem distante.