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A jornada começou com uma escalação correta, olhando para o adversário que menos troca passes no campeonato. Não era um jogo de meio campo, e sim de evitar bolas longas e paradas para o centroavante deles.

Aí o time, que muitos chamaram de faceiro, teria a incumbência de furar retranca de 10 jogadores atrás da linha da bola.

E foi o que aconteceu. Muito embora o Goiás tenha assustado com um primeiro chute, o jogo se desenvolveu no campo deles, com o Inter tentando achar espaços e o Goiás apostando nas bolas longas e rápidas, com pouca condução.

Assim foi bem justificada a presença de A. Patrick e Maurício, com De Pena e Johnny mais recuados. Eu acho até que era jogo para arriscar Wanderson e PH, um em cada ponta, mas a vitória veio.

Partiu de uma roubada de bola de De Pena, esticando para a velocidade impressionante de PH, finalizada por um dos quatro jogadores do Inter dentro da área do Goiás, além do PH. Isso sempre cobrei, mais jogadores na área, meias que estivessem lá, acabando com o isolamento do centroavante. E Maurício completou.

Jogo controlado, Goiás cavando faltas para bola aérea, e fazendo tudo que é falta para parar o Inter, Bustos cometeu um erro, pênalti bem convertido. Em vez de esmorecimento e controle do jogo, como havia acontecido depois do primeiro gol, o Inter foi atrás do resultado, e novamente De Pena aciona a velocidade de PH, que tentou o calcanhar em vez de passar para A Patrick, mas o rebote ajudou e nosso meia colocou com categoria para o fundo da rede.

Renê comete um erro, afoito na saída da bola e permite um escanteio, bem cabeceado, travessão e sobra para PR chutar sem chances. Água fria no intervalo, mas o Goiás é isso.

O Inter não voltou bem para o segundo tempo, nervoso, errando passes e sem encaixe na marcação. Achei que Mano errou ao mandar Moledo grudar em Pedro Raul e deixar de ficar na sobra da bola aérea, o atacante do Goiás não vive só de bola aérea.

Mesmo no pior momento, Maurício achou A Patrick, que tirou do goleiro e serenou os ânimos. Estes dois gols do Inter não saíram de contra-ataques, mas de jogadas tramadas, com movimentação dos jogadores contra uma defesa postada e de grande número. Esse aspecto tem sido pouco comentado no trabalho do Mano, e destaco a movimentação de Maurício como muito importante na construção das jogadas.

O Goiás ainda assustou, e até agora tento entender onde estava Moledo na cobrança do lateral, mas Keiller salvou o que seria uma última ducha fria. Depois, De Pena, mais uma vez, antecipando a jogada, fez o seu, sacramentado a vitória.

Achei Johnny eficiente, mas pouco confortável na posição de primeiro volante, além de pouco entrosado na saída de bola. Liziero ingressou muito bem novamente, e Johnny, mesmo em poucos minutos, melhorou jogando mais na frente.

Wanderson retornou mostrando que é jogador de passes curtos também, acirrando a briga por vagas no time, o que é saudável. Novamente não entendi os ingressos de Edenílson e Taison, e compreendo menos ainda o amor que a imprensa tem pelo Edenílson.

Muito embora Bustos e Renê tenham falhado nos gols do Goiás, há muito tempo não tínhamos laterais tão confiáveis, capazes de defender e de construir jogadas no ataque. Creio que A. Patrick jogou o maior número de minutos em um jogo, e o time consegue manter quase o mesmo padrão com as substituições, mostrando entrosamento e crescimento. O grupo alterna momentos de extrema velocidade e jogo cadenciado, com paciência e troca de passes com movimentação dos meias e atacantes e laterais.

Muito embora não tenha se destacado, Alemão segue preocupando demais os zagueiros adversários, cria espaços e briga o tempo todo, jogando para o time.

Enfim, o Inter parece ter atingido uma estabilidade na forma de jogar, costurando velocidade e habilidade, jogo coletivo e destaques individuais. Que sigamos assim.

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