DE VOLTA PRA CASA
Não há como dizer que foi um jogo bom do Inter com esse placar negativo diante de um adversário que oferecia resistência mínima ao time.
E isso ficou bem claro desde o início do jogo. O Inter jogou no campo do Vasco, que apenas usava bolas longas, normalmente sem direção, para tentar sair da marcação.
Rômulo e Bruno Gomes faziam a recuperação de quase todas as bolas que o ataque perdia, e, na bola longa, tanto Igor Gomes como Fernando eram soberanos. O Inter conseguia construir pelo lado esquerdo e pelo lado direito, mais pelo jogo de seus laterais, que combinavam com Alan Patrick e Bruno Henrique. Até a movimentação de Lucca melhorou e conseguia abrir um espaço.
Mas o problema segue sendo o mesmo, e ficou mais evidente ontem com tanta recuperação de bola e jogando dentro do campo adversário: não fazemos gols.
Particularmente, acho bem improvável que façamos gols com Hyoran em campo, e talvez esse venha sendo o maior erro de Coudet no ano. Já disse várias vezes aqui que Hyoran não é mau jogador, é bem técnico, chuta com as duas pernas, tem um bom passe, mas é jogador sem sangue, sem vibração, e é fraco, perdendo todas as bolas. Ainda o achava inteligente, mas depois do lateral perfeito que Renê cobra, em que, com um passe pro lado Hyoran deixava o zagueiro às suas costas e ficava com o gol de frente, mudei de opinião. Jogador inteligente aproveita uma falha dessas.
Depois tivemos o acidente com Renê, quando praticamente acabou o primeiro tempo de um Vasco que não sabia o que fazer, e um Inter que não fazia o que tinha que fazer com a bola.
No intervalo, com as trocas, a insistência no erro. Em vez de abrir dois pontas, com Wanderson e Wesley, deixando o meio com um centroavante, Coudet mantém Hyoran no time, no lugar de um eficiente Bruno Henrique, e tira Wesley de sua melhor caraterística.
O castigo veio no erro de Robert Renan, que já havia se arriscado antes. O erro maior não é ter escorregado, mas não jogar com seriedade, o mesmo mal que o fez errar o pênalti. Ninguém duvida que tenha qualidade técnica, mas ontem foi a prova de que só técnica não é suficiente, se não entender o tamanho do jogo.
Depois veio o gol de cabeça em outra falha de marcação, e a tentativa de buscar o resultado, passando por erros na pequena área de Alario e Gustavo Prado. Antes do gol do Vasco, o Inter já tinha perdido duas oportunidades dentro da área do Vasco, uma em novo chute fraco de Alan Patrick, após belo drible para limpar a jogada.
Fica muito difícil para qualquer time buscar resultados fazendo um só gol por jogo, e o Inter tem feito isso contra adversários fracos. Contra Criciúma, Fluminense e Vasco, perdemos pontos por não fazer gols. Embora falhas individuais nos tenham proporcionado resultados ruins, não há desculpa para não apenas a pontaria falhar, mas a intensidade do chute ser tão fraca.
Acredito que o primeiro tempo de ontem mostrou que os jogadores estão se recuperando bem fisicamente, ainda que longe do planejamento ideal, mas era para finalizarmos mais e melhor.
De pontos positivos, achei que Bruno Gomes fez uma boa partida, muito boa até a desatenção do lateral, e que Prado entrou bem no jogo, mesmo perdendo gol, mas muito melhor de quando iniciou contra o Fluminense.
É claro que é possível que melhoremos com o time completo, com Valência, e até com Borré e Rochet, mas eram ausências esperadas e o time, com o que tem disponível, deveria apresentar resultados melhores, mas não tem jogado o suficiente.