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Conforme prometido, lá vai algo sobre Danilo Fernandes.

Já começo dizendo que temos um excelente goleiro. Não era meu candidato, eu votei no Weverton, do Atlético Paranaense, e já tínhamos deixado passar o Vanderlei, hoje no Santos.

Danilo despontou bem na lesão do Magrao, mas não foi sequer minha segunda opção, e que bom que me enganei.

Temos um goleiro com ótimos reflexos, que parece ter liderança, é confiante, além de ter braços em comprimento aceitável e mãos feitas de um material diferente do alface.

Danilo falha, já falhava no Sport e não estará isento delas, como falhou no grenal. Não interessa se estava chovendo, bola molhada, chute forte, visão encoberta ou a simples presença do Paulão na área. Falha é como Feedback, melhor aceitar.

E mesmo com a falha, Danilo passa segurança nas bolas de fora da área, não é qualquer chute que demanda invocações religiosas na torcida.

Contudo, Danilo tem momentos em que o chamado pela divindade tem sido mais constante, e até mesmo, acredito, por parte dele.

Sejamos realistas, Danilo não sabe jogar com os pés. É nítido o suplício nas bolas atrasadas quando há atacante correndo em direção a ele, é lá vai a bola pra lateral, sempre mais perto da linha de fundo do que da metade do campo, com qualquer dos pés. Dependendo da distância do atacante, nem tenta o domínio, e não falo das bolas apertadas, mas daquelas em que outros goleiros mandariam um WhatsApp antes do chute.

Nas recuadas do Nico lá da intermediária adversária, ele se sai bem, mas desde que chegou, nossos zagueiros preferem a bola na lateral do que um recuo, pois é evidente a insegurança do nosso goleiro.

Isso é corrigível; se Damião aplicou lambreta em defensor argentino, Danilo pode aprender a jogar com os pés, e não peço o drible cardíaco do Muriel e Alisson, mas um chute melhor, na junção da linha do meio campo com a lateral, ou um passe. Não é pedir muito.

E essa bola é importante, significa mais tranquilidade aos zagueiros no recuo, mais posse de bola, menos pressão do adversário, e não é algo tão difícil de resolver com treinos.

O segundo ponto é mais difícil. Minha preferência por Weverton em grande parte era pela saída na bola aérea. Weverton é um goleiro que se impõe na bola aérea, seja de onde ela vier; Danilo não.

Os repórteres do nordeste, na saída de lá, já mencionavam isso: Danilo não sabe sair do gol. Quando chegou, não sabia, e não saía, nem mesmo na bola no chão, preferia ficar aguardando o atacante do que disputa-lá na entrada da área ou fora dela. Mas a melhora, neste quesito, já foi assombrosa.

O problema segue na bola aérea. Muitos vão dizer que ele sai do gol sim, que dá o famoso soca na bola. Sim, sai, e nas bolas alçadas no segundo pau ele tem saído bem, até as segura com firmeza.

Mas é no entrevero que precisa se impor. Para o goleiro do Inter, do meu Inter, é com a área cheia que precisa de arrojo, de lembrar o Manga catando a bola com uma mão (outros tempos, outros materiais, outro peso, sei disso). Goleiro precisa mostra que o espaço aéreo da grande área é dele, que se a bola vier por cima, ele pega e liga o contra-ataque. Danilo precisa acabar com a tensão da torcida toda vez que a bola alcança os dois metros e meio.

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