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Falando no título, só se for do desespero.

Ano passado Odair foi elogiado porque não foi teimoso. Insistiu no 4231 até o desastre do grenal, e mudou, montando o time no 4141, com 3 volantes, formato que agradou os retranqueiros que comandam o clube e acertou um time jogando por poucas bolas, baseando na recuperação e erro do adversário. Conseguiu bons resultados até a falência do modelo e, não se sabe se causa ou consequência, do fraco desempenho de alguns atletas.

Odair mudou escalando D’Alessandro, e foi beneficiado pela lesão de Pottker, mas o time ainda não marcava gols como deveria e poderia, não funcionava.

No início do ano, Odair retornou ao 4231, sacando um dos volantes e incluindo D’Alessandro na linha de 3, que deve ser uma linha de marcação, criação e conclusão. O primeiro formato veio com Pottker, D’Ale e Nico, mas antes testou Pottker como 0 1 do esquema, e foi um desastre previamente anunciado. O primeiro formato com essa linha de 3 também não deu certo, pois a linha não marcava, não concluía e pouco criava, ou quase nada. Isso fez com que o time simplesmente não “funcionasse”.

Ontem, com a possibilidade de jogar sem D’Alessandro, Odair escorregou na teimosia novamente. Recuou Nico para a função do D’Alessandro, insistiu com Pottker e abriu Neilton, fincando “Trellez 2 segundos” para amparar a ligação direta. Trellez 2 segundo é para caracterizar que ele está sempre 2 segundos atrasados, em todas as oportunidades que raramente o time cria, em todos os jogos que participou.

Bem, novamente, não criamos, não marcamos e não concluímos, exceto Nico, que parecia querer tomar conta do jogo, estando em todos os lugares do campo, até no lugar do Trellez no gol. Isso significou um time atrapalhado, sem nenhum padrão, com esticadas inúteis ao atacante sempre atrasado.

Contra times fracos, isso até pode funcionar, pois erram gols e não sabem o que fazer no ataque, mas empilharemos sacolas de gols tomados contra times minimamente melhores e organizados.

Isso porque há um buraco imenso no meio campo, já que a linha de 3 não marca. Neilton foi piada na contenção e até na ocupação de espaços. É um Rossi com mais técnica mas com menos disciplina tática. Fez uma jogada maravilhosa no gol do Pedro Lucas, e quase um golaço no rebote do escanteio, mas é jogador de lampejos, que não serve para organizar um time sem a bola. E parece que rende mais pela direita do que aberto pela esquerda.

Pottker é Pottker, nem uma fratura no nariz o para, só os zagueiros adversários. Tem sérios problemas com passes, domínio de bola, e repetindo a desgraça de um comentarista esportivo, sérios problemas cognitivos para entender o jogo e as jogadas. Tem uma boa jogada dentro da área no gol que Iago errou. E sempre joga no mesmo lugar, é o dono do time.

Aliás, não bastasse o buraco defensivo no meio campo, Iago tem se projetado regularmente, e sem cobertura. Não é o primeiro gol que erra, e por vezes é o mais adiantado do ataque.

Zeca foi um jogador comum, melhor que Bruno, mas muito pouco para o que se esperava; e nada acrescentou na saída de bola, prejudicada por um meio formado de atacantes e volantes. Definitivamente, o Inter despreza meias.

A renovada boa notícia é Pedro Lucas, lúcido, em poucos minutos mudou o ataque do Inter, de um muro para um ataque mais móvel e inteligente. Na primeira jogada, tabelou com Zeca, depois fez o gol e ainda soube reter a bola e distribuir no ataque. Tem um domínio equivocado, mas o  resto são acertos, e é incompreensível que não esteja na vaga até que Guerrero se apresente em condições de jogo. Como costumo dizer, 50% do atacante é estar no lugar certo, e se fosse Trellez, o passe de Neilton para o gol seria um quase novamente.

Patrick nada acrescentou e ainda parece desinteressado. O Inter levou um gol quando estava absolutamente desarrumado, com Zeca na frente de Dourado, Iago na lateral direita, Cuesta sem saber se marcava ou ficava na área e o grande vazio na meia esquerda defensiva, que Sananduva explorou e Odair não viu e não corrigiu para o jogo de ontem.

Pior de tudo, era jogo para o Sarrafiore, mas só esquentou o banco.

Em suma, cresce o desespero, porque Odair insiste num esquema que notadamente não conhece, insiste em jogadores que não sabem ou não querem fazer a função, e insiste em jogadores ruins, preterindo a formação e desenvolvimento dos novos.

Odair não achou o substituto de Patrick, posição essencial para o time, e fez testes com jogadores errados, e segue insistindo no erro. Cresce a teimosia também.

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