Mauro Loch

Copa dia 12 – os bons

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Minha jogada das copas que assisti com algum senso crítico é de Gerets, lateral da Bélgica, se não me engano, em 1982.

Isso excluindo os gols.

Gerets é quem recebe o rebote do escanteio, e, quando todo o outro time sai para linha de impedimento, ele lança a bola pra ele mesmo. Até o narrador se atrapalha. Nem lembro o adversário, não foi jogada de gol, foi um lance genial de um excelente jogador. Gerets não era craque, apesar de considerado um dos melhores do mundo na época, não era propriamente habilidoso, tinha fundamentos, mas era muito inteligente.

Depois, ou antes, vi João Paulo, aquele ponteiro esquerdo habilidoso do Santos, fazer algo parecido. Com uma habilidade ímpar, ele lança a bola com efeito de retorno, e todos pensam que a bola vai sair pela linha de fundo e nem correm, mas ela para e retorna, e ele fica sozinho com ela perto da linha de fundo. Foi contra o Flamengo, se bem lembro, Leandro era o lateral direito. Duelo de grandes jogadores.

Isso tudo pra dizer que essa Copa apresenta grandes jogadores, talvez não craques, talvez não gênios, mas um grupo de bons jogadores, com muita inteligência, que estão fazendo seus times aparecerem.

Modric talvez seja o melhor exemplo, junto com outros bons jogadores e outros que cumprem os 11 da escalação, elevam o time da Croácia.

A Bélgica, que sempre apresenta jogadores muito bons, veio com o trio DHL, talvez o melhor trio da Copa toda, considerando não as individualidades, mas a capacidade de jogar em equipe. A Alemanha, quase morta, renasce com a inteligência e frieza de Kross, e, mesmo sem grandes atuações, Miller lhe faz companhia, faltando Reus jogar o que sabe.

Aliás, a Alemanha, precisando dos resultados nos dois primeiros jogos, mostrou coragem acima do que os outros fizeram, jogando, após a expulsão do Boateng, com um defensor apenas, secundado por Kross, quem organizava todas as jogadas. Talvez falte bola e técnica, mas a Alemanha já é o time mais corajoso desta Copa, que recém começou.

Panamá e Tunísia fizeram jogos surpreendentes pelas posturas adotadas, tal como o injustiçado Marrocos, mas futebol é assim, nem sempre ganha que faz o melhor jogo, porque o que vale é o gol.

E que golaço fez o Sueco. E que partida fez James Rodrigues; se jogar assim no time que defende, tem lugar em qualquer um, bem diferente do apático e desinteressado jogador do Real Madrid. Pelo visto, falta de adrenalina não é apenas no Inter. A Colômbia, depois de ontem, pode ser candidata ao segundo melhor trio da Copa, com Quinteros e Cuadrado, mas precisa de regularidade.

A melancólica passagem da Polônia mostra que uma andorinha não faz o verão, e o mesmo pode acontecer com a Dinamarca do excelente Eriksen.

Do Brasil é importante lembrar que choramos muito contra o Chile, em 2014, e na partida seguinte, deu o que deu. O choro, provavelmente à  base de colírio ou cebola, foi o escárnio do tratamento ao torcedor e ao próprio brasileiro. Chorar publicamente, isoladamente, chamando as câmeras, foi mais patético que o pênalti que tentou encenar, e pior que contra uma Costa Rica despretensiosa, onde Tite uma vez mais mostrou que não controla Neymar e que segue sem saber o que é ousadia, mas como já disse, Tite é Tite.

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