CONTROLE
Foi um dos poucos jogos, até acredito que o primeiro no Brasileirão, que o Inter controlou o jogo do início ao fim, e fez um placar condizente.
Claro, levamos um susto nos primeiros cinco minutos, quando Daniel fez uma bela defesa, mas veio o controle, o toque de bola e gols.
Pedro Henrique fez uma pintura de jogada, entregando para Taison marcar, lembrando a interferência de Moledo, jogando como atacante e levando a marcação. Antes, PH já havia feito boa jogada, mas Alemão chutou fraco.
O bom foi que o Inter continuou procurando o gol, que veio em passe do De Pena, creio que uma jogada de parede do Alemão e uma boa finalização de Edenílson, que, na chance anterior, chutou em cima do marcador. O gol aliviou qualquer tipo de pressão.
Mesmo sem Bustos, mas com Pedro Henrique, o Inter seguiu atacando, e mostrou que, sem armação, segue meio atabalhoado, bagunçado, como saiu o terceiro gol, em bola espirrada, seguida de belíssimo drible de Alemão com execução perfeita.
Alemão alterna momentos. Por vezes deixa de fazer o passe óbvio e tenta um drible contra três defensores, e noutras poucas vezes faz jogadas que o colocariam de titular em qualquer time do Brasil. Precisa encontrar o meio-termo.
A estreia de Tahuan Lara foi discreta, o guri começou bem nervoso, com a bola queimando no pé, mas o placar ajudou a tranquilizá-lo e já mostrou categoria em dribles curtos para limpar a jogada. Precisa de novas chances.
Heitor me surpreendeu com o jogo seguro, sem arroubos e com marcação firme.
Gabriel segue dono do meio, junto com a lucidez de De Pena, e Pedro Henrique fez sua terceira boa partida. Mesmo com algumas escolhas bem erradas, como cair na área quando poderia seguir na jogada, e alguns passes escabrosos; com um certo espaço e apenas um marcador, vai vencer, por ambos os lados. Ainda, tem disposição na marcação.
Claramente o Inter não sabe jogar com a velocidade dele, não houve um lançamento para sua corrida, mesmo com três oportunidades. Isso já aconteceu com Wanderson e Alan Patrick no time, não parece ser uma jogada de repertório do time, mas deveria ser.
Taison faz sempre o mesmo jogo, independentemente do adversário. Não é um jogador tático, o que limita muito seu aproveitamento.
A rodada manteve o Inter no G4, mas o importante é pontuar. Muito cedo para pensar nas projeções de tabela, até porque, com a janela, é possível que tenhamos um outro campeonato no segundo turno.
O Inter precisa contratar e aproveitar a janela para liberar jogadores que não vem sendo utilizados e não demonstram que poderiam ser. Boschilia nunca retomou atuação de antes da lesão, Maia sequer joga e Caio Vidal faz o mesmo ainda que em campo. Uma pena, pois foi um jogador que se apresentou muito bem na base por dois anos seguidos, mas parece que a ansiedade destrói a capacidade de fazer uma escolha certa para as jogadas.
Mano deveria ter usado Estevão e tirado Edenílson no 3×0. É pouco explicável a permanência desse jogador em todos os jogos, ainda mais quando nova proposta árabe se avizinha e dá alguma esperança.
A polêmica da vez é Yuri Alberto, não propriamente por ser Yuri Alberto, mas pelo salário que pede. Não é apenas o valor, mas seria furar o teto estabelecido. Não estou muito por dentro do mercado de atacantes, e gostaria de ter opções para avaliar se é válido pagar tanto.
Yuri chuta com os dois pés, cabeceia, e, principalmente, se movimenta muito bem. Com bons passadores como De Pena e Alan Patrick, mas dois velocistas como Pedro Henrique e Wanderson, tem tudo para dar certo na teoria.
Só que há concorrentes fortes, e o Inter precisa de outra opção.
P.s.: a arbitragem brasileira está muito, mas muito ruim; tão ruim a ponto de pensar que não pode ser só ruindade.