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Depois da eliminação, vou falar um pouco da seleção.

Eu tinha o Brasil como um dos favoritos, talvez o mais favorito, principalmente considerando a ausência de Benzemá na França. Com certeza teria mudado minha opinião depois do jogo da França com a Inglaterra.

Mas minha convicção no Brasil era pela parte técnica, excelentes jogadores em quase todas as posições, de uma certa forma, mesmo os mais novos com experiência em jogos grandes, um treinador com bom retrospecto defensivo, que conhece o grupo que convocou, e, dentro do possível, jogadores versáteis e opções no ataque.

A parte tática também não me preocupava. Tite tinha um time organizado, jogadores com bom posicionamento defensivo e um sistema consolidado, que atacava e defendia.

Era o que se via da seleção nos amistosos e nos jogos das eliminatórias.

Ficava preocupado com o estrelismo do Neymar, mas isso caminhava para parte anímica, e, de qualquer forma, em entrevistas, o grupo parece ter comprado a ideia do estrelismo do Neymar, sem muitos problemas, o que ficou evidente após a lesão no primeiro jogo.

O que me preocupava, mas era apenas uma ilação, era a questão anímica. Não passava pelo Neymar, mas pela escolha de um capitão que nitidamente não tinha condições de ser capitão.

Pelo menos eu não vejo em Thiago Silva nenhum atributo de capitão, até porque esses atributos nunca aparecem nas boas campanhas e sim no revés. No último revés, ele foi muito mal, e repetiu isso na eliminação.

O time estava com um bom número de jovens jogadores, com experiência em jogos grandes, mas adestrados em seus times. Tite promove o mesmo adestramento, cada um na sua posição, só muda quando o treinador pedir. Papito é dessa escola.

O problema é quando as coisas não saem como o esperado, ou ocorre uma situação diferente, e o time precisa de orientação dentro do campo, sem tempo para o treinador interferir.

Isso é com o capitão, e não tivemos capitão.

O jogo já foi morno, mas era a Croácia, cheio de jogadores experientes, montada para bloquear o jogo, e conseguiu. Além disso, a saída rápida na retomada da bola. Mas tudo isso era esperado, era o jogo da Croácia nas outras partidas, não seria diferente contra quem tem pontas rápidos e um meio que criava individualmente e com troca de passes.

O Brasil ficou, creio, três vezes na cara do goleiro; Neymar, em bela jogada, fez um golaço na prorrogação.

Aí falta a liderança pra dizer que tudo o que fizeram até aquele momento, e que tinha dado certo, deveria mudar. Tite deu a letra, colocou Fred, reforçando o fôlego no meio, mas o capitão e as referências do time precisavam tomar atitudes de vencedores, inviabilizando o jogo de futebol. Isso é criar uma situação nova. Fácil falar depois, mas o jogo era pra ter acabado no gol do Neymar, depois é só faltas em todos os lugares do campo, esperar a Croácia com o time postado e fazer com que a única alternativa fosse a bola aérea de longe.

Mas o Brasil seguiu jogando como tinha jogado até ali, e como jogou nos últimos 4 anos.

Tenho muitas restrições ao Tite, e individualmente a alguns jogadores, escalação, etc…, mas não é aí que reside o problema do Brasil na seleção, e sim na parte que Abel Ferreira fala o tempo todo, na parte anímica, na cabeça dos jogadores.

Cheguei a pensar no De Pena fazendo falta no Modric, e botando o dedo na cara dele dizendo que se atirou, ou o PH agarrando um lateral e jogando ele no chão na linha da área da defesa da Croácia.

O Brasil não fez isso, e tomou um contra-ataque de um time que dificilmente faz gols em jogadas tramadas contra defesas postadas.

Não faltou apenas alguém que pedisse que não atacassem em bloco, mas que gritasse, xingasse, proibisse o time de subir além do meio, e isso não aconteceu porque esses jogadores escolhidos pelo Tite não tem essa caraterística, porque o Brasil, nas últimas copas, não tem essa característica dentro do campo.

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