AO TRABALHO

O time retornou aos trabalhos com 4 contratações e uma novela. Com esse elenco, é bem possível fazer um bom time, inclusive com variações no ataque. Não saberia dizer na defesa, já que nunca vi Robert Renan jogar.

No final do ano passado, o time terminou com Aranguiz como primeiro volante, mas, com as notícias de contratações de volantes, ou interesse, não faço a menor ideia do que pensa Coudet sobre a posição, embora ache que considere essa alternativa.

Na frente, temos Hyoran e Maurício como articuladores, mais Wanderson, Alario e Enner, ainda Bruno Henrique com bom passe, e Gabriel Barros e Lucca como alternativas, se não estou esquecendo ninguém.

A principal questão é a estreia dia 21, mesmo com portões fechados, muito cedo para iniciar uma temporada, e perder algum jogador agora seria muito ruim.

Sempre defendo que temos jogadores na base e reservas com possibilidades de enfrentar um time do gauchão, e penso que assim deve ser, e se testamos nossa base de sub-18 contra os guris de 20\21 anos, não veria problemas em usá-los sob o comando de Coudet, ainda que seja um time desentrosado. A questão é o quanto a torcida aguenta.

Sobre bola rolando, fomos eliminados na copinha, e há muitas explicações sobre isso, algumas passando por uma disposição tática do time com um treinador que não sabe muito sobre essa disposição.

Minha questão sobre a base é que nossos guris são muito bons, assim como a maioria dos guris de outros times, e, entre os grandes, acho que nos destacamos pela qualidade.

Gabriel, Henrique, Ricardo e outros são muito bons de bola, mas achei nossos laterais fracos. Enzo é jogador com muita qualidade, a bola morre no pé dele, e tem um passe excelente, além de não se apavorar, é um jogador que colocaria aos cuidados do Coudet por seis meses, para aprender o que significa intensidade no futebol profissional. Acho que teremos um grande jogador.

Por isso penso que a base não é nem nunca foi problema, mas a transição sim.

A ideia dessa direção é bem clara, antecipar a formação dos guris os colocando para jogar com categorias mais velhas. Não sei se vai funcionar, nem sei se isso é o que River fazia quando Grossi estava lá, mas nitidamente é uma forma diferente do que foi feito nos últimos anos, em que jogadores depois da primeira copinha já estavam na idade de profissionais, e normalmente eram usados em posição diferente do que jogavam na base.

Penso que o clube deve saber desse gargalo, e que não tem conseguido vencer o funil nos últimos anos, e vai fazer algo diferente na transição.

Claro que vi defeitos de formação, nosso goleiro com imensa dificuldade em chutar a bola pra frente e no tiro de meta, e uma recomposição lenta dos laterais, além da usual excessiva condução de bola, defeito da idade de quase todos os jogadores jovens.

No entanto, achei o time disciplinado, mesmo com as orientações erradas de posicionamento, e bem erradas no último jogo, o time seguiu jogando da mesma forma, só alterando no segundo tempo, quando melhorou e jogava bem até o goleiro entregar o terceiro gol.

Essa questão de disciplina tática é importante, evitando que os jogadores tentem resolver sozinhos um jogo quando estão perdendo, o que víamos muito, inclusive no time profissional em outras temporadas.

Assim, sigo dando voto de confiança no trabalho, esperando colher frutos em seguida, mesmo que não relacionados a títulos.