Reencontro(s)
É sempre uma alegria voltar a um ambiente que nos faz sentir bem, rodeado de amigos e onde os debates sempre foram em alto nível, e mesmo as discordâncias algo a salutar. É com este sentimento que depois de alguns anos ausente volto a escrever no blog, sem interesses pessoais ou afiliações a movimentos, com único interesse de debater sobre futebol.
Confesso que neste momento, depois das palavras do Cristian no post de ontem, consigo imaginar um pouco o que o personagem da foto sentiu, quando com seu parco futebol, foi anunciado como reforço ESPETACULAR… O conteúdo dos meus postos faz mais jus à foto do que à alcunha (hehehe), mas de qualquer forma espero agregar a este espaço.
Para quem não me conhece, sou de 1983, resido atualmente em Caxias, e estive nos últimos 11 anos residindo em Angola, África. De volta ao Brasil, tenso sido forjado na década de 90 e um dos muitos que resistiram a décadas onde os títulos e o futebol minguava, tenho tido dificuldades em digerir os rumos (e os resultados) que nosso glorioso clube tem obtido nos últimos anos.
Acompanhar, muito de perto, e com muita entrega o colorado, sempre foi uma constante em minha vida, desde que me entendo por gente. Isto incluía ler diversos jornais e meios de comunicação, assistir inúmeros programas de debate esportivo e acompanhar todos os jogos, desde o insosso gauchão até os mais tediosos embates.
Há um momento que simboliza pra mim um divisor de águas nesta dedicação ao nosso amado clube. Foi em 2015, logo após a nossa queda da Libertadores e um desmanche que começou tímido, foi encorpando e virou bola de neve, culminando com o fatídico ano de 2016 e se estendo até os dias de hoje.
Aqui, confesso, houve uma grande desilusão… Ganhar títulos (ou ao menos brigar por eles) nem sempre foi uma realidade no clube, e não era esta a causa-mor de um desencanto que se tornava cada vez maior, seja com a política, os interesses ou os motivos que impulsionavam as diretrizes do clube.
Cada vez via menos jogos, e cada vez menos sofria com os pífferos pífios resultados em campo e fora dele. Até mesmo o rebaixamento foi absorvido com uma certa dose de anestesia, a mesma que gera até um sentimento de resignação com o fato de o clube parecer uma nau a deriva.
A receita do sucesso, que trouxe ao clube uma década tão gloriosa, se mostra desgastada, obsoleta e o clube parece sem forças ou motivação de tentar se reinventar.
Modernização e profissionalização são preteridos em favor de escolhas políticas, conchavos ou interesses escusos, onde agendas pessoais vem acima do clube, e onde não há convergência para o bem-maior do clube (sim, o trocadilho foi intencional).
Fonte: Site Sport Club Internacional.É neste cenário que o clube realiza hoje um protocolar clássico contra o coirmão, atordoado por uma diferença técnica e tática gritante (que também se manifesta contra os demais grandes clubes nacionais) mas sobretudo sem identidade, sem uma clara ideia de futebol e visão de planejamento.
Há uma incongruência entre ações e ideias; exemplos não faltam de que não há coerência na linha de comandar o futebol do clube e os resultados nas quatro linhas apenas são o reflexo. Mas este é assunto pra outro post.
Cabe ao clube se reencontrar; será necessário coragem e um árduo trabalho em prol do clube (e somente dele) para reestruturação e possíveis resultados a médio-longo prazo.