Post do Jogo: Cruzeiro x Inter
Com a ausência de D´alessandro e talvez Lindoso do jogo contra o Cruzeiro, Odair pode se ver obrigado a mexer em 2 peças fundamentais do time considerado titular no jogo talvez mais importante do ano até aqui. Quem escalar?
Trocar Lindoso por Rithely seria a troca simples, e por isso mesmo a menos indicada. O último vive uma fase técnica tenebrosa, mas sobretudo aparenta estar sempre perdido em campo, incapaz de se posicionar e fazer a leitura tática do jogo (talvez a maior qualidade de Lindoso).
O jogo do Rithely contra o Fluminense foi tão desastroso que simplesmente cogitar a escalação de tal jogador em crise técnica chega a ser um disparate, o que só aumenta o medo (e a probabilidade) dele ser escalado.
Sempre vale frisar que o “1” do 4-1-4-1 é o grande fiador do esquema e da transição defensiva para ofensiva, sustentando e conectado as duas linhas. Na ausência de jogador de boa qualidade, cabe repensar a viabilidade do modelo.
Minha opção seria a entrada de Nonato, mas não para executar o “1”, e sim para ser um dos 2 volantes (junto com Edenilson) dividindo as tarefas defensivas e alternando a transição ofensiva, mudando o time para o esquema 4-2-3-1.
Já no lugar de D´alessandro que costumeiramente joga pela lado direito mas vai muito bem quando centralizado, há uma série de opções (e aqui incluo aquelas que não me agradam mas já foram usadas por Odair): Sóbis, Parede, Sarrafiore e Wellington Silva.
Eu optaria por Wellington Silva, que vive bom momento, tem vitória pessoal mas sobretudo tem velocidade. Um dos problemas do Cruzeiro é a bola nas costas de Egídio (geralmente sem cobertura), onde as características do jogador colorado poderiam render dividendos.
Dado a baixa criatividade do Cruzeiro que deve sair para o jogo e se expôr defensivamente, o meio de campo colorado com 5 jogadores garantiria a não inferioridade numérica no setor. Outro ajuste seria a centralização de Nico na linha de “3”.
Nico com liberdade para jogar centralizado e flutuar é opção que já deu bons resultados e além do mais desobriga o atacante colorado a acompanhar lateral, deixando-o mais perto do gol e com a possibilidade de decidir.
Se a ausência de Lindoso ocorrer, Odair que não é afeito a grandes mudanças deve manter o 4-1-4-1, com o ingresso de Rithely e Sóbis, o que considero um erro duplo,porque apesar de manter a estrutura tática os jogadores em questão não tem a intensidade e momento técnico para jogo de tal exigência.A escalação que considero ideal nessa conjuntura seria o 4-2-3-1, com Edenilson e Nonato na 2ª linha, Patrick na esquerda, Wellington Silva na direita e Nico centralizado na 3ª linha; um time de jogadores de boa técnica, reativo e com boa saída de bola.
Como Lindoso treinou ontem e já não apresenta mais o joelho inchado, o time que deve ir a campo deve ter como única alteração a entrada de Sóbis no lugar de D´alessandro.
Por fim, alguns amigos brincaram sobre esse celeuma todo de uma possível ausência de Lindoso no jogo, perguntando se era o Falcão que talvez estivesse fora do jogo. Concordo com estes amigos, não é para tanto.
O problema todo é que o substituto eventual de acordo com a cabeça do Odair (Rithely) faz o Lindoso parecer o Falcão mesmo (hahahaha)
E é claro, não podemos deixar de escrever um pouco sobre as circunstâncias do jogo…
Cruzeiro em crise, sem marcar gol a 6 partidas, e com apenas uma vitória nos últimos 17 jogos. Após o último jogo, com derrota para o rival no clássico mineiro, passou a frequentar a zona de rebaixamento no Brasileirão e o técnico Mano Menezes colocou o cargo a disposição (não aceito pela diretoria).
O time mineiro vive um momento de ebulição, com crise técnica e também institucional, devendo jogar a vida na competição para tentar salvar o ano, tendo os jogadores se reunido ontem para lavar a roupa suja e provavelmente fazer algum tipo de pacto!
Tudo isto para dizer que engana-se quem imagina um jogo qualquer coisa senão muito encardido, ainda mais considerando o histórico do Inter nessas circunstâncias: é neste tipo de jogo onde tudo parece favorável que costumamos nos complicar.
Falando em circunstância favorável, o Cruzeiro e a Copa do Brasil tem um caso de amor eterno; não se pode menosprezar o retrospecto mineiro com Mano Menezes em mata-mata: em 31 duelos eliminatórios disputados, venceu 25. Com isso, ganhou as duas últimas Copas do Brasil e ainda os dois últimos estaduais.
Acredito que o Cruzeiro, apesar de ter como constância ter pouca posse de bola e dificuldade em fazer gols que o parâmetro de atuação que espera o Inter seja o do enfrentamento contra o River, onde fez um confronto muito parelho com o atual campeão continental (e que enfrentamos na fase de grupos em confrontos igualmente disputados)
Uma estatística interessante que corrobora a tese acima é a de posse de bola dos semi-finalistas da Copa do Brasil, segundo divulgado pelo twitter oficial da competição:
Os números apontam tendência do Cruzeiro dar a bola pro Inter, que prefere jogo reativo. Nessa perspectiva, a atuação colorada a se repetir seria o do confronto de volta contra o Palmeiras!
Não acredito cegamente nessa conjuntura, entretanto, pelo contexto de pressão do time mineiro; devemos enfrentar hoje um Cruzeiro ligeiramente mais agressivo e propositivo, embora não me surpreenderia o Inter ter mais posse de bola ao longo da partida!
Se o confronto é de 180 minutos, estes 90 minutos podem não decidir o embate mas encaminhar a conjuntura do jogo de volta.
É um jogo perigoso, não se iludam, mas se a postura for a dos últimos dois jogos eliminatórios há uma boa chance de resultado positivo ou ainda deixar o confronto aberto para decidir no Beira-Rio, onde o Gigante faz a diferença!
Enfim, é jogo de gente grande, e mais um passo muito importante e decisivo na caminhada para um título que não vem desde 1992.