Davi

O risco Zeca (e o sempre presente risco Pottker)

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O Inter hoje tem 2 jogadores que destoam dos demais: Pottker e Zeca… Focaremos no último pois tudo que já tinha pra ser dito sobre o primeiro já foi, e parece que vamos ter que aguenta-lo por mais um tempo dado a predileção do Odair pela “entrega” tática do mesmo.

Pois bem, o lateral esquerdo direito que veio do Santos chegou com grandes expectativas e até fez bons jogos antes da lesão, esta um divisor de águas; o jogador retornou inseguro, sem ritmo de jogo e com grandes dificuldades defensivas…

Muito se falava que o tempo de inatividade estava cobrando seu preço, bem como a ausência de uma pre-temporada.

Pois bem, estas muletas foram removidas este ano, e o desempenho ainda é insatisfatório…

Por que isto acontece?

Primeiramente por que o referido jogador nunca foi destaque por sua solidez defendendo, e sim por funcionar quase como um armador pelo lado de campo.

Este jogo contra o Alianza Lima é meio emblemático e serve bem como pano de fundo pra análise de como aproveitar o melhor de Zeca…

No  1º gol onde Pottker serve Nico, notem uma das poucas jogadas onde a parceria entre os dois jogadores ocorreu; Zeca avança com a bola e toca em Pottker se projetando para uma possível tabela rumo a linha de fundo:

Pottker então em um raro momento de lucidez identifica que o corredor direito onde Zeca se projetou esta congestionado e centraliza a jogada para Nico:

Nico então, de frente para o gol desfere um potente chute que abre o placar; notem na imagem abaixo que o posicionamento bem ofensivo de Patrick no lado esquerdo e Sóbis centralizado é que prendem os zagueiros e permitem o espaço para o uruguaio:

O lance acima também é emblemático de tudo que a gente quer ver com frequência no Inter: troca de passes, contundência e objetividade ofensiva!  São 6 jogadores colorados no último terço do campo adversário!

Porque isto não ocorre com mais frequência?

Ao meu ver, por duas razões, intrinsecamente conectadas: a primeira relacionada a característica do jogador, que gosta de trazer a jogada para dentro em detrimento de se projetar em velocidade para a linha de fundo;  e a segunda relacionada a parceria (Pottker no caso), que além de geralmente não dar opções para tabelas e passes em progressão, raramente se movimenta de forma a abrir espaço para o lateral; assim, ambos acabam disputando o mesmo espaço de campo e a movimentação e triangulações pelo setor raramente funcionam.

Basicamente temos dois jogadores cuja forma de jogar são antagônicas e na essência não possuem sinergia nenhuma.

Notem que no 2º tempo, já com a saída de Pottker, temos as 2 melhores jogadas de Zeca pelo setor, já sem o espaço ocupado pelo companheiro de equipe.

Um destes lances é ilustrado abaixo, onde D´ale se desloca para o setor central e abre espaço no corredor, algo que não acontece com Pottker:

Novamente temos 5 jogadores no último terço ofensivo, Zeca servindo Sóbis que faz o “corta-luz” para Nico e se projeta, recebendo o passe e ficando de cara para o gol:

A imagem acima, em conjunto com o primeiro lance, também ilustra bastante o que se espera do tripé de volantes, especialmente Patrick, Edenilson e Nonato: quando com a posse da bola, devem se projetar e oferecer opções.

Se a parte ofensiva tem potencial, embora não funcione com a frequência e a regularidade desejada, a defensiva de Zeca gera preocupação.

Um pouco pode se explicar em parte pela (falta de) confiança, mas a verdade é que o atleta,  de baixa estatura e compleição física, tem dificuldades no enfrentamento mano-a-mano e sobretudo quando tem que fechar a bola aérea defensiva quando o zagueiro no lado esquerdo sai para o combate.

No 2º tempo, tentou um drible no campo de defesa que gerou perigoso lance para o adversário, e teve dificuldades quando a linha alta do adversário se fez de forma mais contundente.

Difícil acreditar que Pottker e Zeca juntos suplantarão as características análogas; é necessário muito treino tático para isso, e alguma inteligência, o que me parece faltar especialmente para o 1º.

Melhorar a dinâmica ofensiva no lado direito (também conhecida como “desentortar o time”) e dar consistência defensiva no setor, um dos pontos fracos da equipe, é um dos grandes desafios de Odair.

@Davi_Inter_BV

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