Davi

O novo titular (e com atraso!)

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Odair não é muito afeito a promover jovens jogadores (muito menos dar sequência), o que de certa forma é o status quo no futebol brasileiro: preferir medalhões ou atletas oriundos de outro clube em detrimento da base.

Salvam-se algumas exceções, notadamente o Santos; no caso colorado já houveram épocas onde a base era melhor aproveitada, e coincide com as maiores conquistas do clube (basta lembrar Sóbis e Edinho em 2006, Giuliano, Sandro, Taison em 2010, etc).

No trabalho de médio prazo que o técnico colorado tem feito desde o final de 2017, apenas um dos titulares é egresso da base e foi lançado no referido período por ele: Iago.

Iago, que por sinal era a terceira opção da lateral, e acabou sendo “promovido” com a lesão do titular da época (Uendell) e do seu substituto Ruan. Basicamente foi muito mais um ato circunstancial que um devido aproveitamento do atleta.

O outro atleta oriundo da base e titular é Rodrigo Dourado, este lançado no final de 2014 e se afirmado com Aguirre na campanha da semifinal da Libertadores de 2015.

Pois bem, por mais que a outrora tão elogiada base colorada forneça supostamente boa matéria prima e a torcida clame por mais chances a jovens promissores oriundos do celeiro de ases, a verdade inconteste é que o aproveitamento ainda é baixo.

Heitor não foi cogitado sequer ser testado na lateral-direita, sendo que a direção insistiu quase de maneira insana em Fabiano, escanteado no Palmeiras.

Pedro Lucas depois de um começo promissor praticamente não teve mais chances depois da lesão (Odair prefere improvisar Sóbis como camisa 9 a dar chances ao guri)

Por fim, Sarrafiore, que ainda padece de uma sequência e melhores oportunidades do que os costumeiros 15 a 30 minutos que tem no 2º tempo. Isto é ainda mais difícil de entender quando se tem em consideração que o imberbe argentino talvez seja o único articulador do grupo ao lado do interminável Dalessandro, e pelo fato de que quando entra, tem dado boa resposta.

A exceção parece ser Nonato, e eis que aqui de novo há o imponderável, a lesão de Patrick, tal qual ocorreu com Uendell e Iago no ano passado. Sem o jogador disponível, Odair se viu obrigado a promover o ingresso do jovem ao time, que depois de uma atuação luxuosa contra River somada a duas outras ótimas partidas (e gols) contra Cruzeiro e CSA parece fadado a não sair mais do time.

Há uma linha tênue entre convicção e teimosia, e quando se trata da predileção de Odair pelo tripé de volantes (ou ainda o caso de amor platônico pelo “craque tático” William Pottker) o pêndulo parece claramente pender para o último.

A substituição de Patrick por Nonato por incrível que pareça, sem supostamente alterar o pressuposto esquema com 3 volantes a qual Odair tem tanto afeto acabou por representar uma mudança radical na forma de jogar do time: o jogo mais físico e de condução do 1º foi substituído pelo dinamismo e triangulação de passes que o jovem meia colorado impõe.

Nonato é daquelas raras peças que acertam o time. Sua entrada não apenas representou uma evolução perceptível na mecânica de jogo do time, mas também contribuiu para a melhora individual de outros jogadores, talvez Iago o maior expoente, que volta a crescer tecnicamente.

Urge é claro a aquisição dos direitos dessa joia rara, um verdadeiro cheque em branco. Jovem, versátil e agora finalizador, Nonato tem tudo para, se manter o ritmo, virar ídolo antes de um venda pro exterior, que será inevitável se continuar neste nível.

Assim como urge dar mais chances para a base, e obviamente, não mexer no guri.

O Inter de hoje é Nonato e mais 10.

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