Davi

Maturidade

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Este talvez seja um post mais pendendo pro lado beata do que pro corneteiro, e essa é a grande graça do esporte, como o simples balançar de um pêndulo muda nossas perspectivas e também expectativas.

Falando em pêndulo, o Inter parece ter atingido a maturidade que garante estabilidade de atuações, um padrão de jogo consolidado e até mesmo uma certa exposição (saudável por sinal) a jogos duros, contra equipes grandes: resta agora decidir se a oscilação irá ocorrer para o lado da afirmação do time (e conquistas por consequência) ou vamos ficar nessa eterna sensação de quase chegar lá.

Para que a linha tênue que separa o quase da conquista  seja rompida, é necessário o tão propalado salto de qualidade, esta tão famigerada barreira psicológica que limita o time principalmente em jogos onde não há margem para erro: foi assim no Brasileirão do ano passado na perda de pontos contra equipes de baixo e vai ser assim agora no mata-mata da Copa do Brasil e da Libertadores.

É inegável que o ingresso de Guerrero colocou o time em outro patamar, mas o time ainda oscila bastante, principalmente quando joga fora de casa: basta ter em consideração que a ultima vitória no Brasileirão nestas circunstâncias foi na 1ª rodada do returno do Brasileirão passado, longínquos 10 meses.

Odair vem de um trabalho de longo prazo, o que é sempre alentador; os desafios de melhorar a articulação (aqui o problema limita-se a precariedade de opções e também a incapacidade de rodar e afirmar Sarrafiore, somada a dependência de D´alessandro como cabeça pensante) e as recaídas ao amor platônico a Pottker ainda tiram o sono dos colorados, assim como outros problemas menores como a cobertura dos laterais, etc.

Olhando a metade do copo cheio em relação a atuação contra o Avaí, ao passo que houve um 1º tempo onde o time foi engolido taticamente pelo adversário e encontrou dificuldades não apenas para criar mas também teve sua área ameaçada com perigo, em circunstâncias semelhantes até pouco tempo atrás certamente teríamos tomado um gol, o jogo teria encardido e poderíamos ter deixado pontos pelo caminho que certamente iriam fazer falta.

Agora o time vence (ou consegue superar dificuldades) mesmo sem jogar bem, o que não apenas faz a diferença em campanhas de ponto corrido, como também mostra uma maturidade de uma equipe que parece ciente de suas limitações e sabe até certo ponto dosar seus esforços.

Sexta-feira a equipe enfrenta o lanterna da competição, com inúmeros jogadores afastados, crise no futebol e no clube, em um ambiente político extremamente conturbado. O espectador desavisado pode imaginar um jogo fácil, mas o colorado que se preza sabe que é nestas circunstâncias que o Inter adora se complicar, e portanto espera nada menos que jogo encardido.

Vencer reafirma um time maduro, quebra o estigma de equipe caseira, acaba com o incomodo tabu de não vencer fora de casa a muito, mas muito tempo, mas sobretudo não deixa o Inter desgarrar do pelotão da frente e permite executar o planejamento inicial de terminar nas primeiras posições antes da parada pra Copa América.

O que não pode é confundir maturidade com autossuficiência, que geralmente vem acompanhada de soberba e ai a realidade pode vir de maneira avassaladora para um time que é bom, mas que tem que jogar sempre com a corda esticada e a concentração ao nível máximo.

Seria a suposta maturidade um engodo, ou vamos voltar a vencer fora de casa e embalar de vez?

Com a palavra, os jogadores!

@Davi_Inter_BV

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