Vontade, garra, futebol…
No momento que começo a escrever esta coluna passaram apenas alguns minutos da nossa vitória no greNAL de nº 415; triunfo este que não foi suficiente para garantir a classificação. Sei que estou ‘chovendo no molhado’, afinal, todos já sabem disso. Resolvi escrever logo depois do jogo, embora vocês estão tendo acesso horas depois, porque o meu sentimento (geralmente de fúria, com pitadas de frustração) é sempre mais explícito durante e logo após os jogos. Tendo a me acalmar aos poucos e no dia seguinte, mais racional, geralmente faço outra leitura do que vi (ou não) do futebol apresentado pelo Internacional.
Parece indiscutível que não faltou ao nosso time a tão sonhada vontade, bem como a não menos desejada garra. Mas futebol, afinal, vimos efetivamente?
Na minha última participação por aqui coloquei em dúvida a capacidade reativa dos jogadores Colorados. Estes me faziam crer que o outro lado podia fazer o que quiser, esculhambar com nossa Camisa e história, que atitude alguma seria tomada em campo. Pois não vou colocar uma pedra definitiva no passado, mas a verdade é que neste jogo de ontem, enfim, visualizei alguma coisa no grupo que posso, ao menos, confundir com brio. Posso concluir, portanto, que quando querem, ao menos, os jogadores do Internacional sabem onde encontrar a garra, elemento essencial para um time que deseja chegar algum lugar.
Vontade de ganhar o jogo só esteve presente em uma equipe: o Internacional. A prova disso é a cera que o time adversário fez desde a entrada em campo. E assim persistiu ao longo da partida, acentuando-se quando as cuecas começaram a ficar borradas com a cristalina chance que tínhamos de marcar o terceiro e, quem sabe, até mais. Diante da faculdade que o jogador de futebol tem de, livremente, praticar o seu ofício em busca da vitória e da glória, ontem, somente os “gladiadores” Colorados lograram êxito. Creio também ser um fato inegável, este.
Só que não é só de garra e vontade que se faz uma equipe de futebol. Aliás, vamos combinar que tais premissas são coadjuvantes. Uma equipe de futebol, com o perdão da redundância, faz-se essencialmente com futebol. E no quesito principal, ainda creio que deixamos a desejar. Essencialmente falta efetividade ao Inter. Um time de futebol só estará mais perto da vitória se jogar objetivando o gol. É simples relação de causa e consequência, pois.
Mas, e já no correr da madrugada da quinta-feira, vou me permitir (além de beber uma gelada) imaginar que uma luz no fim do túnel pode ter sido acesa neste jogo que vencemos sem levar, todavia. E não serei eu aqui o profeta da ilusão (o que ainda seria bem melhor que o do apocalipse), mas vou me permitir sonhar, sim.
Como disse lá no meu post de apresentação aqui, cruzei a década de 1990 amparado no amor pelo Inter, na esperança e sonhando com novos dias de glória. E um belo dia eu acordei sendo campeão de tudo e mais um pouco. E ainda um pouco mais.
Eu hoje vou dormir e me permitir sonhar. Porque é o Inter. E sendo o Inter, sei que tudo de bom que já vivi haverá de acontecer de novo. Mas não será fácil. Porque é o Inter!