Bruno Costa

Quando a vontade é pouca

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Ontem, após o jogo, li algumas manifestações sobre uma boa atuação do Internacional na partida contra o “poderoso” Paysandu. Mesma manifestação essa,  que tão somente lamentava que o placar não havia sido “mais elástico”. Retruquei: “Pra variar vi outro jogo, mas sou sempre do contra mesmo. Uma dúvida: alguma vez sob comando do Odair fizemos 4 gols numa mesma partida?” Até o momento que vos escrevo este post, não obtive qualquer resposta do jornalista acerca da minha pergunta. Aliás, alguém por aqui sabe responde-la? Alguma vez com Odair no comando fizemos 4 gols ou mais? Se sim, mais uma vez estou sendo traído pela minha memória, que vem tempo impõe dores aos meus cornos.

Em campo, de regra, me pareceu o mesmo Internacional de sempre quando joga contra adversários fracos e/ou inexistentes: apático (para ser comedido). Joga como se estivesse num treino coletivo, ou naquelas peladas de final de semana em que, as vezes, alguns estão inspirados e transformam um jogo qualquer em copa do mundo. Parece que a vontade do time do Inter era mesmo ter de atravessa o continente brasileiro até o Pará para ter de jogar, mesmo, e não apenas administrar uma partida com reservas ou quase isso. Vencer só de 3 do Paysandu, com o devido respeito que merece, é quase uma “derrotinha”, tal qual definia o Boss por aqui em outras eras. Tomando gol do Micael, ainda por cima? Meu ex-colega de colégio e grupo de projeção folclórica Micael, um bom sujeito, mas que no futebol se destacou muito mais pela virilidade (Nilmar que o diga) do que propriamente pela sua arte de fazer gols de cabeça na área adversária. Mas parabéns a ele e ao Cuesta, que merece créditos a façanha do zagueiro hamburguense, igualmente.

No mais, eu que vi outro jogo, não consigo passar pano em ninguém. O lateral Zeca retornou ao seu status quo ante, ou seja, jogou como jogava desde que chegou até alguns jogos atrás. Já referi de Victor Cuesta que falhou no lance do gol (em que pese o belo cruzamento) e no tocante ao lateral Iago, embora corra como nunca, não acerca um cruzamento como sempre, ainda deixando furos na marcação do seu lado. Já Lindoso até acho que fez um bom jogo e não digo isso somente pelo seu inesperado gol. O xodó da torcida Nonato foi, para mim, o pior em campo. Não é porque é bom jogador que vai sempre estar numa noite inspirada e nem por isso, também, isento de críticas. No geral, o sistema defensivo por vezes parece gostar de viver no perigo e deixa o adversário fazer o que quer. Vide ontem e no jogo anterior, igualmente.

Pois Nico Lopes dizem que retornou a Nicolândia. Não vejo por este lado, pois, tivesse feito um dos gols de cobertura que tentou, hoje estaríamos louvando seu talento. D’Alessandro ficou tempo demais em campo e eu sequer teria começado com o mesmo já que o campo estava visivelmente encharcado e não era jogo para técnica, mas sim, para empilhar gols no adversário do jeito que fosse. Guilherme Parede, taticamente, ontem até que não foi dos piores e o que me leva a crer que Pottker fora realmente arquivado. Não falo de Sarrafiore que colocar o guri faltando 10 minutos é brincadeira. Já Sóbis se destacou mesmo por usar uma camisa com símbolo virado e só. Deméritos da fornecedora e do próprio clube. Ninguém viu isso antes de entregar a camisa pro cara? Já Guerrero, este dispensa comentário. Perdeu um gol incrível (mas que estava impedido na origem do lance) e, talvez não tivesse na sua melhor jornada. Ainda assim, dois gols. Imaginem quando estiver inspirado!

Em suma, quando a vontade é pouca, tem mesmo é que passar trabalho no Pará e ir lá para jogar futebol a morrer no clima terrível da Amazônia. Colhe-se o que se planta, enfim.

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