Odair, o covarde
Já não mais sei se o post “Odair, o teimoso” é deste ano ou ainda do ano passado. Mas logo se nota, pelo título de agora, que o mesmo evolui no meu conceito e não foi para melhor, infelizmente. O que mais irrita nisso tudo é que até as macumbas enterradas no Beira Rio sabiam que a escalação com quatro volantes era para ir a São Paulo perder de pouco. Nisso, aliás, Odair é mestre! Como se perder por um gol fosse menos dolorido que tomar de cinco, no final das contas. O discurso externo, contudo, é de que voltamos vivos à Porto Alegre, local onde temos totais condições de reverter o placar.
Uma meia verdade, convenhamos.
Resultado possível, porém, improvável. Quando, nos últimos tempos, o Palmeiras tomou dois gols de diferença? E quando o Internacional nos últimos tempos fez mais de dois gols de diferença num jogo que realmente valia algo? Não dá para ficar passando pano e azar de quem acha que o que venho destilando aqui é mero azedume. O Internacional em campo é reflexo de um treinador inexperiente, incapaz de entender a grandeza do time que comanda e, ainda que eu lamente tenha de assim definir, um covarde.
A advocacia não é profissão de covardes, já diria o grande Sobral Pinto. E eu como um bom advogado que entendo e pretendo ser, trato de relembrar disso a cada nova manhã. Pois ouso definir, se é que alguém já não o fez, que ser treinador de futebol também não é uma profissão para covardes. O covarde no futebol é aquele que joga para não perder ou para perder de pouco e em nove vezes de dez acaba, obviamente, perdendo! E a covardia do Odair embora pareça ser suficiente para evitar um novo pior é muito pouco para aquilo que o Internacional fora forjado na sua história: ser campeão.
Ontem, tomamos um gol quase igual aquele sofrido no Campeonato Brasileiro, alguns jogos atrás. Ora, sequer deu para esquecer como foi. Se analisarmos bem a jogada, o time com quatro volantes estava postado de qualquer jeito em campo, a medida que o jogador do time adversário que cruzou para área recebeu a bola livre de marcação. Apesar dos quatro volantes. Não sei quem da zaga falhou pois me neguei a assistir a reprise do lance, tamanha a minha irritação quanto ao filme repetido. Não tivemos, ademais, uma única chance de real gol no primeiro tempo, este que ainda ficou marcado por um lance bizarro em que Edenilson, um dos melhores do time, corre como uma barata tonta pelo meio e não sabe o que fazer com a bola, até que passa para o Guerrero que de tão incrédulo acaba perdendo. Desesperador e patético.
No segundo tempo ele tira o Nonato, que obviamente não fazia uma boa partida mas ainda assim era melhor que o Patrick, cujo Odair deu um jeito de, inexplicavelmente, devolver ao time titular para fazer aquilo. Ou não fazer, como bem visto. Ademais, mesmo atrás do placar, tivemos uma única chance de gol num chute fraco do Nico Lopez que embora também ainda não tenha reencontrado seu futebol, ao menos tentava alguma coisa. Mas daí Odair resolveu sacar o único que tentava algo, numa máxima da lei Guerrinha, de que se tem chance do cara fazer um gol melhor tirar ele do time, afinal, a ideia era ir lá e perder de pouco ou quem sabe “achar” um empate. Nunca passou pela cabeça do Odair ganhar o jogo, pois a sua covardia impede de pensar diferente. Adianta substituir ao 47 para colocar em campo a sua inexplicável paixão?
Já disse aqui e me repiso: o medo de perder nos impede de ganhar. Duvido que o panorama mude e que, ao final da temporada, estejamos com algo a mais que uma vaga na libertadores. O que é muito pouco para um clube da nossa grandeza. Odair é pouco para um time da nossa grandeza, afinal.