Bruno Costa

O discurso e a realidade

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Sempre que entramos num novo ano me lembro de Mário Quintana, que com toda sua genialidade definiu que “bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça…”

E a verdade para todo o mundo do futebol é que a cada reapresentação, aqui especificamente do nosso Sport Club Internacional, temos a sensação de que é um novo recomeço, uma nova temporada que nos dá a oportunidade de sonhar com títulos e dias melhores que o ano recém findado. Mas é claro que ninguém vive de sonho e, passado o discurso, necessário é o rumo da realidade.

Pelo que se viu ontem, tanto direção quanto o treinador pareceram alinhados no discurso. A batida ideia de ‘reconstrução’ não mais figurou e a perspectiva de que o Inter, por seu tamanho e grandeza, tem de entrar para ganhar todas as competições que disputa este ano foi o que imperou nas palavras ditas. Ao menos o discurso dá margem à esperança, mas e a realidade?

A visão dos jogadores não surgiu ainda. Então, nos cabe analisar nossas possibilidades a partir do que aqui já temos:

GOLEIROS: creio que estamos bem servidos de goleiros. Talvez pudéssemos, inclusive, fazer troco com um dos dois principais, até para dar chance para os da base. Mas a realidade é que na média do futebol nacional, estamos bem servidos;

LATERAIS: na direita temos um problema que não vem de hoje. Zeca ainda não mostrou a que vem e sonha com a esquerda. Na esquerda Iago sucumbiu no final do brasileiro e Uendel é útil. Gastar dinheiro com Fabiano não dá né!? Precisamos contratar e bem;

ZAGUEIROS: a dupla titular é indiscutível e Emerson Santos se mostrou um bom reserva imediato. A questão é se é urgente contratar mais um. Klaus quando perder medo do atacante adversário mais famoso pode se ternar um grande zagueiro. Ainda temos subindo da base o Bruno Fuchs e o Roberto, de quem falam muito bem. Eu aguardaria um negócio de ocasião para contratar para a posição;

VOLANTES: não sei se Dourado vai ficar e não temos reserva para ele. Logo, primeiro volante com pinta de titular precisamos contratar pra ontem, pois Ritchely por enquanto veio fazer turismo em Porto Alegre e tambem tenho minhas dúvidas se ele é bem primeiro volante. Eu contrataria um titular para o Patrick e, por ora, investiria nos guris Ramon e Nonato como reposição para o Edenilson;

MEIAS: Temos uma gurizada batendo na porta do time de cima: Richard (pra mim é meia), Sarrafiore, José Aldo (10 clássico que ainda tão cozinhando) e prestem atenção em Cesinha, que está em São Paulo disputando a Copa Júnior. D’Alessandro fica e Camilo por enquanto também, embora acredite pouco no seu futebol. Temos ainda o Juan Alano que pode até ser útil. Mas eu contrataria ainda um meia armador, talvez de pé esquerdo;

ATACANTES: centroavante só o Alvez (que convenhamos…) e o guri Pedro Lucas. Guerrero só para o segundo semestre e Sobis que está chegando pode até dar certo por ali. Não tenho opinião definida sobre contratar um centroavante. Só se for incontestável, a meu ver. No mais, WS fica e Neilton até pode dar certo como opção. Já o Pottker, que eu defendi outrora, o certo é que precisa ser repensado. Como o Mauro já disse por aqui lhe falta capacidade cognitiva de fazer a leitura dum jogo de futebol. Poderia dar certo como um centroavante quebra galho, mas nem ali fez boas partidas. Quem sabe nos surpreenda, ainda que é melhor não sonhar muito com isso… Luiz Adriano? Só acredito vendo!

O discurso e a realidade, afinal, estão alinhados para o 2019 do Internacional?

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